Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Uma dasmaiores expectativas do setor industrial em relação aConferência das Nações Unidas sobre MudançasClimáticas de Copenhague (COP-15) é em relaçãoao financiamento para a adoção de tecnologiasmenos poluentes. “O debate que precisa ser trazido é o critério econômico. Porque nofinal das contas, quem vai realizar as reduções éa sociedade brasileira como um todo”, afirmou o gerente executivo de Competitividade Industrial da Confederação Nacional daIndústria (CNI), Augusto Jucá.
Aquestão crucial, segundo ele, é a divisão doscustos e os benefícios da redução de emissõesde carbono. “O benefício global de manter o clima estávelé para todos, se divide por si mesmo. Com quem que fica o ônusdas mudanças estruturais? Isso que não está tãoclaro quanto poderia estar”, ressaltou Jucá, em entrevista àAgência Brasil.
Orepresentante da CNI defende que a indústria só comecea por em prática um plano mais arrojado de reduçãode emissões quando os mecanismos de recompensa e financiamento estiverem claramente definidos.“Você tem que criar fundos, criar mecanismos definanciamento, que medem, reforçam everificam como os financiamentos vão possibilitar que os paísesem desenvolvimento possam reduzir [as emissões]”.
Jucáafirmou ainda que com base na prévia do inventário deemissões até 2005, apresentado na última semana peloMinistério de Ciência e Tecnologia, a indústrianão tem aumentado a sua participação percentual de emissões de carbono. O relatórioaponta, no entanto, que houve um aumento global de 62% no total depoluição emitida em 2005 em relação a1990.