Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Ocorpo do ex-prefeito da capital paulista, Celso Pitta, foi enterrado no final da tarde, no Cemitério Getsêmani. O caixão foi envolvido com a bandeira do PTB, partido de Pitta, enviada pela diretoria estadual da legenda.No velório, realizado na Assembleia Legislativa de SãoPaulo, a companheira de Pitta nos últimos anos, Rony Golabeck, disse que ele era uma pessoa “extremamente boa” e que foi “usado”.“Ele foi muito injustiçado, tenho certeza absoluta”,afirmou. Rony disse que vai escrever umlivro para contar histórias ainda desconhecidas sobre oex-prefeito. Para aviúva, o ex-prefeito não deveria ter trocado a carreirade economista pela política. “Ele não deveria terlargadao a economia, ele era um grande economista. O Celso nãoera político”, afirmou Rony.Participaram do velório parentes, amigos e políticos.Muitos dos presentes se referiram ao ex-prefeito como um injustiçadoe também lamentaram o seu envolvimento com a política.
Pittachegou à prefeitura de São Paulo, em 1997, apadrinhado peloex-prefeito, Paulo Maluf (PP-SP), que o antecedeu no cargo e do qual havia sido secretáriode Finanças. Sua gestão foi marcada denúncias deirregularidades e corrupção.
Oinvestidor Naji Nahas também considerou o político comoum “grande injustiçado”. Segundo Nahas, o ex-prefeitoteria dito que a sua doença estava relacionada à “mágoa”.O investidor foi preso junto com Pitta e o banqueiro Daniel Dantas naOperação Satiagraha, da Polícia Federal. Eles foram acusadosde crimes contra o sistema financeiro.
Em janeiro deste ano, Pittarealizou uma cirurgia para retirada de um câncer no intestino. Noentanto, de acordo com Rony, ele teria reagido mal àquimioterapia. Com o agravamento do quadro, ele foi internado noúltimo dia 3 no Hospital Sírio-Libanês, ondemorreu no final da noite de ontem (20).