Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Subiu para três os municípios em estado de emergência por causa das fortes chuvas no Rio de Janeiro. Duque de Caxias e Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e Três Rios, no Vale do Paraíba estão inundadas. O número de pessoas afetadas pelos temporais chegou a 2.885, segundo dados divulgados no início da noite de hoje (13) pela Defesa Civil Estadual. São 2.323 desalojados, que estão em casa de parentes ou amigos, e 562 desabrigados, que se encontram em abrigos públicos.Em Três Rios, o problema foi uma tromba d´água que atingiu a cidade, deixando 1.500 moradores desalojados e 40 desabrigados. A chuvarada começou na noite de ontem (12) e pegou as pessoas de surpresa. Em Duque de Caxias, as chuvas deixaram 150 desalojados e 298 desabrigados.Em Belford Roxo, onde o total de desalojados é de 185 e o de desabrigados de 205, foi inaugurado, na tarde hoje, um hospital de campanha no bairro Lote 15. O objetivo é atender e vacinar os moradores contra doenças típicas de inundações, como tétano, hepatite e raiva. O secretário estadual de Saúde, Sérgio Cortes, foi conhecer o hospital e disse que entre os motivos das inundações está a falta histórica de investimentos em infraestrutura na região.“São anos de falta de investimento na região. E onde estamos fazendo investimentos do governo federal e do estado em obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], não estamos tendo esse problema, que está localizado onde essas ações ainda não foram implementadas”, desculpou-se Cortes.O hospital de campanha é do mesmo modelo usado pelo exército dos Estados Unidos no Iraque e Afeganistão. É equipado com ar-condicionado e tem capacidade para atender até 500 pessoas por dia. Na fila da vacina, a aposentada Edite Faria contava o seu drama.“O quintal ainda está cheio d´água. Encheu tudo, chegou até a beirada da cama, perdi colchão, guarda-roupa, quase tudo. Aí eu vim para tomar injeção. Porque tá passando peixe, sanguessuga, rato e gambá”, relatou ela que mora com o marido e duas netas.Na escola ao lado, cerca de 500 pessoas que não puderam voltar para casa continuam alojadas. Nas salas de aula, dormem em colchões e se alimentam ali mesmo. Alguns trouxeram toda a família, como a estudante Monique Conceição, que lamentou a perda de quase tudo na casa onde mora com13 pessoas.“Acabou tudo, perdemos os móveis, a água estava pela cintura. Muita gente ficou sem nada. Perdemos colchão, armário, as compras foram embora, sapato, roupas, televisão, fogão, foi tudo", contou Monique.Segundo o Corpo de Bombeiros, os moradores devem prestar atenção às chuvas fortes. Se a água começar a invadir o imóvel, o melhor a fazer é sair de casa levando principalmente remédios e documentos. Se não for possível, o recomendado é pedir resgate, pelo telefone 193.