Com fim do apartheid, governo quer que empresários invistam em políticas de integração

12/11/2009 - 10h30

Renata Giraldi*
Enviada Especial
Johanesburgo (África do Sul) - Depois de 15 anos do fim do apartheid(regime de segregação racial), a África do Sulse esforça para estimular os empresários sul-africanose estrangeiros a adotarem os incentivos de profissionalizaçãode negros e integração no mercado de trabalho. Háleis e até estímulos tributários para oempresariado implementar as medidas.Dirigindo-seaos 98 empresários brasileiros, que estão em missãona África, Nomonda Mesatywa, do Programa de Desenvolvimento doEconômico Negro (sigla em inglês BEE), apelou para acooperação do empresariado brasileiro. “Queremosincentivar a participação do povo negro na nossaeconomia. Também promovemos as parcerias. Todas as empresastêm de cumprir as normas mínimas.”Segundoele, a iniciativa é exaustiva e abrangente. “Nosso objetivofundamental é criar pequenas e médias empresas.Queremos prestar o apoio necessário e promover nossosobjetivos, a nossa legislação.”O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,Miguel Jorge, afirmou que recentemente foi assinado um acordo paratroca de informações e promoção docomércio bilateral entre os países. “O presidenteLula em sua participação na cúpula africanapropôs uma revolução verde para a qual o Brasiltem condições de colaborar.”MiguelJorge ressaltou ainda que, no mês passado, o presidente daÁfrica do Sul, Jacob Zuma, esteve no Brasil e demonstrouinteresse em estreitar relações econômicas. Parao ministro, é fundamental desenvolver parcerias para pesquisasde cooperação nas áreas de energia,biocombustíveis e no cultivo para a cana-de-açúcar– visando à produção de etanol.O ministrodo Comércio e Indústria da África do Sul, RobDavies, reiterou as afirmações de Miguel Jorge. “AÁfrica do Sul e o Brasil, além de outros paísesdo Hemisfério Sul, partilham experiências comuns dedesenvolvimento, sabemos como é difícil alterar nossoperfil de países produtores de matérias-primas paramercadorias industriais. É necessário que a Áfricado Sul preste mais atenção nas relaçõesSul-Sul. Isso é muito importante.”Daviesafirmou que o esforço dos países em desenvolvimentoconcentra-se não só na preservação daslinhas de produção, mas também na ampliaçãode mercados. “Nossa visão é que não devemosnos afastar do padrão e que não tentemos subverter aprodução natural de nossos países. Temos detentar buscar acordos complementares, criando espaços para odesenvolvimento mútuo.”