Mariana Jungman
Repórter da Agência Brasil
Brasília - No Brasil,17 milhões de pessoas se movimentam em busca de emprego emelhores condições de vida, o que significa aproximadamente 10% dapopulação, de acordo com o Censo de 2000. O número reflete umacondição mundial de migrantes que preferem mudar dentro de seuspróprios países a sair em direção ao mundo desenvolvido.“Em todo o mundo amigração interna é muito maior que a internacional, mas amobilidade na América Latina é particularmente elevada”, explicaa especialista e articuladora do Relatório de Desenvolvimento Humanodo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), IsabelPereira.Segundoela, quando não se mudam para outros lugares dentro do própriopaís, as pessoas buscam áreas com Índice de DesenvolvimentoHumano (IDH) próximos aos seus. “A maior parte da migraçãoacontece para países com IDH semelhante ao do país de origem. Umadas explicações para isso é que a migração é muito custosa equanto mais alto o IDH, mais caro é migrar para lá”.Para Isabel, os países desenvolvidos devem parar de brigar contra a migraçãoe adotar medidas para tirar proveito dela. O relatório UltrapassarBarreiras: Mobilidade e Desenvolvimento Humano, do Pnud, mostra que as políticas antimigratórias dos países ricos expõem osrefugiados e imigrantes a situações de vulnerabilidade e nãoconseguem barrar o fluxo de mobilidade.“Barrar significalimitar enquanto direito humano, e também limitar os benefícios quea migração pode trazer para a sociedade de destino. Portanto,melhor que barrar é promover, é criar canais para que as pessoasmigrem de uma forma positiva para si e para as comunidades de origeme de destino”.