Produção de cana-de-açúcar aumenta 17,4% em 2008 e bate recorde

16/10/2009 - 10h07

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A produçãobrasileira de cana-de-açúcar atingiu mais um recorde em2008, totalizando 645,3 milhões de toneladas. O resultadomostra um aumento de 17,4% em comparação ao anoanterior. Houve ainda expansão de 16,5% na áreacolhida, com um acréscimo de mais de 1 milhão dehectares.O desempenho, constatado pelo Instituto Brasileirode Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou hoje (16) aPesquisa Agrícola Municipal – Cereais, Leguminosas eOleaginosas de 2008, está relacionado ao aumento na demandapor etanol, principalmente no mercado interno, impulsionada pelocrescimento nas vendas de carros movidos a biocombustíveis.Odocumento destaca que “apesar do crescimento das exportaçõesdo etanol, o mercado externo ainda é bastante restrito, emdecorrência das barreiras protecionistas impostas por algunspaíses, como os Estados Unidos, principal destino do álcoolbrasileiro”.Por outro lado, o valor da produçãoteve um acréscimo de apenas 2%, com redução nopreço da tonelada paga aos produtores, motivada pela elevadaquantidade de açúcar produzida na Índia e pelaredução no preço do barril do petróleo,que chegou a ser comercializado a US$ 147 e fechou o ano em torno deUS$ 40, como reflexo da crise financeira internacional.Oestudo revela, ainda, que São Paulo continua sendo o maiorprodutor de cana-de-açúcar, respondendo por 59,8% daprodução brasileira e apresentando um crescimento de17,3% em relação a 2007. Também foi verificadoaumento da produção no Paraná (11,7%) e em MinasGerais (23,7%). O maior impacto, no entanto, do avançodos canaviais foi observado na Região Centro-Oeste, onde háuma maior disponibilidade de terras, o que torna os preçosmais acessíveis. Goiás, maior produtor da região,apresentou crescimento de 47,9%. Entre os municípios,Morro Agudo, no norte de São Paulo, também manteve aliderança, com 10,3 milhões de toneladas (1,6% daprodução nacional).O levantamento revela,ainda, que houve incremento de 9,2% na produção dearroz e de 9% na de feijão, como reflexo de ganhos deprodutividade das lavouras, com aporte de insumos e tecnologia.