Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O secretário nacional de Pesquisas da Secretaria Geral da Presidência da República, Wagner Caetano, afirmou hoje (16), após a cerimônia de lançamento do 3º Prêmio ODM Brasil, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que o Brasil vem cumprindo rigorosamente o compromisso de atingir os oito Objetivos do Milênio. O prêmio ODM Brasil foi criado pelo governo federal para incentivar ações e projetos que contribuam para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Os prêmios são simbólicos e ressaltam o reconhecimento público do vencedor.Segundo Caetano, o Brasil ultrapassou a meta mundial de reduzir a fome em 50% e já trabalha com a erradicação do problema. “Acreditamos que nos próximos três anos vamos atingir esse objetivo”. Com relação à segunda meta, educação básica de qualidade para todos, o secretário afirmou que o Brasil já tem 97% das crianças em idade escolar com acesso ao sistema de ensino. A expectativa é chegar aos 100% nos próximos três anos.Ele afirmou ainda que o Brasil caminha bem tanto no combate à violência contra mulher (objetivo 3 - igualdade entre sexos e valorização da mulher) quanto no acesso à educação. “No Brasil as mulheres são maioria em todas as fases do ensino. O nosso problema em relação a esse objetivo é a questão do trabalho e do salário, dois elementos da igualdade que o Brasil está buscando.” O país consegue atingir bons resultados também na meta quatro, reduzir a mortalidade infantil, mas encontra dificuldades na redução da mortalidade materna (Meta 5) e nas ações para melhorar a saúde das gestantes.O país é uma referência no combate à aids, malária e outras doenças, como prevê a Meta 6, com bons resultados no tratamento da aids. Já a questão ambiental ainda é um desafio. Apesar de o país apresentar alguns resultados positivos, ainda será necessário esforço dos governos e da sociedade para atingir esse objetivo. Sobre o oitavo objetivo, todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento, Caetano afirmou que a política externa brasileira e a mobilização social  são responsáveis por bons resultados. “Portanto, na média nacional, o Brasil caminha bem. O nosso problema agora é convencer prefeituras e a sociedade civil local a trabalhar a favor das metas para que os indicadores locais sejam melhorados”, avaliou.“Há países que não trabalham com essas metas porque já tem o índice de desenvolvimento superior a essa plataforma. O Brasil é um país que está levando [os objetivos do milênio] a sério. Pela dimensão continental e por sua população, os projetos brasileiros têm sido referência para o resto do mundo. O Brasil tem recursos e potencial para atingir essas metas.”De acordo com o secretário, a crise econômica não atrapalhou o intuito do Brasil de atingir as metas do milênio. Segundo ele, a consolidação das políticas públicas no país conseguiu minimizar os impactos negativos da crise. “O Brasil foi o último a entrar na crise e está sendo o primeiro a sair. Do ponto de vista da influência na desigualdade, afetou muito pouco, porque o Brasil se preparou para construir uma base mais sólida para seu desenvolvimento econômico e social e por isso quando a crise chegou encontrou uma barreira.”