Recursos do pré-sal serão investidos em infraestrutura

24/08/2009 - 21h56

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Empresade Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse hoje (24)que os rendimentos do fundo formado pelo pré-sal serão investidosem atividades rentáveis e em infraestrutura. “A ideia éjustamente aplicar recursos prioritariamente para sanar a grandedívida social que esse país tem com a população. Para isso, vãoinvestir em atividades que tenham rentabilidade e pode ser ematividades de infraestrutura. E os rendimentos, serão justamente nofundo social”, disse.Tolmasquim que considerou a descoberta dopré-sal como um “bilhete premiado da loteria”. Nós já somosautossuficientes. O que vem a mais é para exportação. O pré-sal éum grande bilhete na loteria que o Brasil ganhou”, afirmou.O presidente da EPE participouda elaboração do marco regulatório do pré-sal, que seráapresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no próximodia 31 de agosto. Em debate sobre energia na Comissão de Infraestrururado Senado, ele revelou que a exploração será realizada em regimede parceria, que considera a forma mais adequada devido aconvicção de que o risco do negócio é bem menor do que o governoimaginava. “O regime deconcessão foi pensado quando se tinha uma percepção de que o riscoera muito grande. A concepção hoje é de que o risco é bem menor,por isso, não tenho dúvida de que o modelo de parceria é o maisadequado", afirmou. O presidente da EPEconsiderou ainda que já existe tecnologia suficiente para explorarpetróleo na área do pré-sal e que o que o governo tem trabalhado para baratear o custo operacional da exploração.O presidente dacomissão, senador Fernando Collor, questionou  o presidente da EPE sobre a distribuiçãodos royalties sobre o petróleo extraído da camada pré-sal, mas Tolmasquim não quis falar sobre o assunto. “Como opresidente vai anunciar o projeto no próximo dia 31, eu queria nãofalar sobre isso. Não quero aqui anunciar nada”, disse.Na opinião do senadoralagoano, a distribuição dos royalties será o principal problema nadiscussão do projeto na Câmara e no Senado, que exigirá dossenadores e deputados “muita engenharia política”. “Esse é umproblema crucial. Como isso será dividido? Isso vai exigir muitaengenharia política nossa para que possamos chegar a uma acordo”,afirmou Collor.Hoje (24), o governoteve a ideia do tamanho da “engenharia política” para equalizar os interesses dos estados. O governadordo Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), que se reunirá com opresidente Lula na próxima semana, vai reclamar das propostas deredistribuição dos royalties que estão sendo pensadas. “Dividiros recursos do pré-sal com outros estados brasileiros seria um atode brutalidade com o Rio de Janeiro”, disse Cabral.O tucano Aécio Neves,governador de Minas Gerais, já defende que a distribuição dosroyalties contemple também os estados. “O Rio deve terparticipação nisso, mas o Brasil de alguma forma também tem queser beneficiado, ou vamos ter uma distorção ainda maior entreestados e regiões”, disse o mineiro em debate realizado no Rio de Janeiro.