Estados reforçam preparação de alunos da rede pública para o novo Enem

18/08/2009 - 16h21

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em menos de dois meses, 4,5 milhões deestudantes participarão do Exame Nacional do Ensino Médio(Enem), que a partir deste ano vai substituir o vestibular em partedas universidades federais. Para reforçar a preparaçãopara a prova, algumas secretarias estaduais estão oferecendocursinhos preparatórios ou aulas de reforço aos alunos.No Rio de Janeiro, a estratégia adotada foio ensino a distância. Em 500 escolas, no turno contrárioàs aulas regulares, os alunos poderão assistir a aulaspreparatórias ministradas por professores em um estúdio. A transmissão dos conteúdos será ao vivo, via satélite. Os candidatos poderão enviar perguntas por e-mail para os professores, além decontarem com o apoio de um tutor nas salas e apostilas específicas.Os vídeos das aulas e o material também estarãodisponíveis no site da secretaria. A previsão éatingir 50 mil alunos.“Nós temos um contingente enorme dealunos nas escolas e essa foi a solução encontrada paralevar aulas de qualidade a todos. Mais do que nunca os alunosprecisam ampliar suas possibilidades de preparação. Osestudantes da rede privada tinham mais oportunidade antes porque elesficam praticamente em tempo integral na escola”, afirma osubsecretário de Educação do estado, Júlioda Hora.No Espírito Santo, as escolas estão sendoincentivadas pela secretaria a oferecer aulas de reforço noturno contrário ou mesmo aos sábados. Cerca de 100unidades já participam do projeto, sendo que cada uma organiza seu calendário de trabalho. Iniciativa semelhante foi implantada emGoiás: as escolas com maior número de alunos no 3°ano do ensino médio recebem recursos extras para que possamdar aulas complementares.“Isso deve ocorrer dentro do planejamentopedagógico da escola, sem mudar a rotina da aprendizagem. Ouseja, a escola não pode estar focada apenas no exame, masconsiderar a avaliação como um importante indicador daeficácia de medidas inovadoras do ensino médio”,explica a secretária de Educação de Goiás, MilcaPereira.No Acre, as 15 escolas que apresentam os maiores índices de participação no Enemtambém estão tendo seis horas extras de aula por semanapara preparar os estudantes para a prova. Na avaliaçãode Milca, que representa os secretários estaduais de Educaçãono comitê responsável pela reformulação doEnem, a permanência do estudante por mais tempo na escola ésempre positiva.Para ela, onovo modelo do Enem traz mais competitividade aos alunos da escolapública na disputa por uma vaga em universidades federais. “Aprova valoriza a capacidade de análise dos estudantes e nãoa decoreba. A escola pública nunca concordou com a ideiado vestibular definir as estratégias para o ensino médio.Ele precisa preparar o jovem para a vida e essa nova formataçãodo Enem traz embutida essa filosofia”, aponta.No Tocantins, os alunos das 234 escolas de ensino médio do estado vão ter aulas extras fora do período regular de atividades a partir de setembro. Os professores que ultrapassarem a carga horária habitual receberão adicional, segundo informou a Secretaria Estadual de Educação e Cultura.No Amazonas, aestratégia adotada pela secretaria é a realizaçãoperiódica de simulados do exame. As provas sãoaplicadas a todos os estudantes da rede para que estejam preparadospara o modelo da prova. Para Milca, as ações precisamestar focadas não só na preparação parauma prova, mas para a mudança de metodologia doensino médio que está sendo induzida pelo Enem.“O maior beneficiadoserá o próprio estudante que terá umaaprendizagem mais consistente e em sintonia com o que acontece nomundo. Estamos em um processo de construção, masacredito que a escola pública terá mais chances decompetir”, afirma.