Verão amazônico contribui para impedir proliferação do vírus da gripe A

01/08/2009 - 11h44

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Ao contrário do que ocorre no resto do país, a proliferaçãode casos de influenza A (H1N1) - gripe suína no Brasil, a RegiãoNorte pode ter na atual estação climática um aliado importante.Isso porque, enquanto nos estados do Sul e do Sudeste a estaçãopredominante entre junho e agosto é o inverno, no Norte é verão.As épocas mais quentes, comprovadamente em qualquer estadobrasileiro, coincidem com menos casos de gripes.É o que explica omédico infectologista e membro do Comitê Estadual de Prevenção eControle da Influenza A no Amazonas, Marcelo Cordeiro. Segundo oespecialista, o inverno nas outras regiões brasileiras favorece oaumento de casos da doença, em função da maior probabilidade deproliferação de vírus nessa época do ano.“Qualquer tipo degripe tem no inverno maiores chances de transmissão. No caso daRegião Norte, ao contrário, por estarmos no verão, ficamos numasituação privilegiada em comparação aos estados que estão noinverno neste momento”, explicou.Apesar dessa constatação, o médico infectologista revela suapreocupação com o atual período de férias escolares – que éigual para todas as regiões brasileiras -, e que leva muitasfamílias a fazer viagens. Por isso, alerta, alguns grupos estãomais vulneráveis à contaminação e a Amazônia, de modo geral,pode vir a ter mais casos de gripe.O médico recomenda quese evitem viagens para áreas de risco, sobretudo no caso degestantes, pessoas com mais de 65 anos e crianças menores de 10anos. Também são grupo de risco os portadores de doenças comodiabetes e pressão alta e as que têm sistema imunológicodebilitado.“O que preocupa maisneste momento de férias são as viagens feitas a estados e paísesmais atingidos. Nossa recomendação é que as pessoas evitem essasviagens sempre que possível e, portanto, o contato com indivíduosque vivem em locais com mais casos confirmados”, destacou oifectologista, em entrevista a Agência Brasil.Cordeiro disse que, emManaus, a Fundação de Medicina Tropical está preparada paraatender os casos mais graves da doença. Casos mais simples devem seracompanhadas pelas unidades básicas de saúde. Ele confirmou quenenhum caso secundário de influenza A (H1N1) foi gerado na cidade a partir dosquatro registros da doença no Amazonas.O médico reforçou que todos os casos de influenza A (H1N1) em territórioamazonense são de pessoas que estiveram em outros estados maisafetados pela doença. No caso do Pará, que tem o maior números decasos confirmados da doença na Região Norte, todos os registrospositivos para a doença referem-se a pacientes que estiveramrecentemente nos Estados Unidos, Argentina, Chile, Bolívia ou emestados brasileiros como Santa Catarina, São Paulo e Rio de janeiroe Espírito Santo.Todos os estados daRegião Norte já têm caso confirmados de influenza A (H1N1). Até ontem (29),o Ministério da Saúde registrava 65 casos confirmados da doençanessa região, sendo 46 deles no Pará; 11 no Tocantins; quatro noAmazonas; dois em Roraima; um no Acre e um no Amapá.“O momento atual éde tranquilidade no Amazonas. Até chegar nosso inverno, ou seja, atéo fim deste ano, a torcida é para que tenhamos a vacina”.