Países do Mercosul traçarão estratégia de enfrentamento da gripe suína

20/07/2009 - 20h46

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ministros das áreas de Saúde e Desenvolvimento Social dos países que integram o Mercosul e dos que são associados ao bloco se reunirão na próxima quinta-feira (23), em Assunção, para discutir uma estratégia conjunta de enfrentamento da gripe suína e o estabelecimento de critérios comuns para monitoramento da letalidade do vírus Influenza H1N1. O encontro se dará na reunião ampliada do Conselho do Mercado Comum (CMC) – instância máxima decisória do bloco – às vésperas da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul.

“Queremos chegar a um acordo em termos de como todos os países, primeiro do Mercosul e posteriormente da América do Sul, fariam o monitoramento da gravidade e da letalidade [da gripe suína]”, disse o diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage.

A prioridade foi estabelecida por autoridades da área de saúde do Brasil, da Argentina, do Uruguai, do Paraguai, da Bolívia e do Chile, em reunião no último dia 15, em Buenos Aires, levando em conta que, por orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), o diagnóstico laboratorial só deve ser feito nos casos mais graves ou em pessoas consideradas com fator de risco. O tema também será levado à cúpula de líderes da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), marcada para 10 de agosto, no Equador.

Segundo Hage, os países também pretendem trocar experiências – especialmente com o Chile, que começou a transmissão sustentada da doença há mais tempo – sobre os principais fatores de risco relacionados à morte de pessoas contaminadas. “Não há ainda nenhum estudo com evidências científicas sobre isso. O Chile tem um maior volume de informações e está realizando estudos. Será uma oportunidade para que, a partir dessas avaliações, todos os países também adotem a mesma forma de monitorar a pandemia”, explica Hage.

De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, divulgado quarta-feira (15) passada, há 1.175 casos confirmados no Brasil. O número de mortes subiu hoje (20) para 15, com a confirmação de mais quatro casos fatais no Rio Grande do Sul. O vírus já circula de forma sustentada nesse estado e também no de São Paulo.

Além de tratar da gripe suína, os ministros convidados pelo governo paraguaio para a reunião ampliada do CMC farão uma discussão mais ampla sobre desenvolvimento social e saúde.