Rio lança campanha para venda segura de gás com alerta de que problema é nacional

16/07/2009 - 14h04

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Riscos de incêndio em casa e na vizinhança, perda dagarantia sobre a qualidade do produto e falta de assistênciatécnica em casos de defeito são alguns dos principaisprejuízos que o consumidor tem ao comprar botijões degás em revendedores ilegais. Para combater a atividadeirregular na comercialização de gás, foi lançada hoje (16), no Rio deJaneiro, uma campanha para alertar a população sobre osperigos dessa prática e ajudar os consumidores a identificaros pontos de venda autorizados, que ganharão cartazes com oslogan "Gás Seguro é na Revenda Legal”. Deacordo com o presidente do Sindicato Nacional das EmpresasDistribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo(Sindigás), Sérgio Bandeira, o material vai servir comoum selo de qualidade dos estabelecimentos. Dados da entidade apontamque, no Rio, cerca de 2 milhões de botijões,volume que representa metade do consumo mensal em todo o estado,sejam adquiridos em pontos ilegais. Os prejuízos dosrevendedores autorizados são calculados em R$ 42 milhõesmensais. Em todo o Brasil, estima-se que existam aproximadamente 200mil pontos ilegais de venda funcionando, muitas vezes, em padarias,bancas de jornal, bares, dentre outros. “O nosso objetivo éfacilitar a vida do consumidor, que agora terá maisinstrumentos para conferir se um ponto de venda é legal. Arevenda irregular é um risco desnecessário porque,muitas vezes, o consumidor vê a prática como umaconveniência, já que o gás não acabaquando você está dormindo, mas, por exemplo, quando vocêestá cozinhando. Então, acaba sendo mais fáciltelefonar para o ponto de venda da comunidade, mais perto. Mas épreciso que a população saiba que essa prática éum crime que traz muitos prejuízos a ela própria, aosrevendedores formais e ao estado”, afirmou Bandeira.Para acampanha Revenda Legal, que, desde 2006, vem sendo realizada emoutros estados, os empresários do setor vão investirR$ 500 mil que serão destinados também à produçãode anúncios para serem veiculados em jornais, rádios,ônibus, trem e metrô. “Com a iniciativa, esperamosreduzir em 79% a clandestinidade e incentivar a populaçãoa denunciar o comércio ilegal”, acrescentou Bandeira. AAgência Nacional do Petróleo (ANP), parceira do Sindigásna campanha, disponibilizou o telefone 0800 970 0267 para receber, de graça,denúncias de comércio ilegal. O superintendenteadjunto de Fiscalização do Abastecimento da ANP, OiamaGuerra, lembrou que o comércio ilegal também podecausar prejuízos ao bolso do consumidor.“Como nãohá controle dos órgãos responsáveis, umbotijão de 13 quilos, por exemplo, pode ter tido parte doproduto subtraída”, afirmou.O secretáriomunicipal de Ordem Pública do Rio, Rodrigo Bethlem, destacouque o combate à pirataria nessa atividade conta com o apoio dopoder público e que representa também um serviçoligado à segurança pública, já que essaatividade, em algumas comunidades cariocas, é exploradairregularmente por grupos milicianos.“Entendemos que nãohá outro caminho para o Rio a não ser a formalidade, nãoapenas nessa atividade, que tem sido alvo de grupos armados. Muitasvezes, a população é refém desses gruposque acabam sobretaxando o produto. Na medida em que se vailegalizando nas áreas mais carentes, você enfraquece osatravessadores criminosos”, destacou.--