Presidente do Conselho de Ética do Senado nega que vá favorecer Sarney

16/07/2009 - 13h46

Priscilla Mazenotti e Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois de ter sidoacusado de fazer parte da tropa de choque do presidente do Senado,José Sarney (PMDB-AP), o presidente do Conselho de Ética,Paulo Duque (PMDB-RJ), voltou a negar que vá favorecê-lonas investigações por quebra de decoro. Ele afirmouainda que só vai analisar as representaçõescontra Sarney depois do recesso parlamentar, em agosto.“São cincoprocessos, por enquanto. Estão todos respeitosamente guardadose não analisarei nada agora”, disse Duque.O senador afirmoutambém não estar preocupado com a opiniãopública diante de sua conduta na análise dos processoscontra Sarney. “A opinião pública é volúvel,flutua. A opinião pública é capaz de colocar 100mil pessoas no Maracanã para ver a Madonna e o RobertoCarlos”, destacou. “E vamos ser realistas: não estamosaqui para crucificar ninguém.”Duque chegou a ter apresidência do Conselho de Ética colocada em suspeiçãopor um grupo de senadores. Entre eles, Cristovam Buarque (PDT-DF). “Oconselho deixou de ser ético quando o presidente Paulo Duqueassumiu de público a defesa do senador Sarney”, afirmou opedetista.Mesmo assim, Duqueconsiderou normais as indicações políticas.“Nada é bobagem em termos de nomeação.Nomeação política existe desde que o Brasil éBrasil”, ressaltou, acrescentando que o Senado não costumapunir seus integrantes.Ao lembrar que osenador Renan Calheiros (PMDB-AL), que escapou da cassaçãode mandato em plenário, Duque perguntou: “Me mostre umamedida prática que o Senado já tomou [em relaçãoà quebra de decoro]? O senador Renan ganhou e ganhou bem.”Duque afirmou que vairespeitar o que manda o Regimento Interno da Casa. “Édifícil dizer se essa história terá ou nãoum final feliz.