Governo interino de Honduras inicia desligamento da OEA

04/07/2009 - 11h02

Da Agência Brasil

Brasília - Antes mesmo de vencer o prazo estipulado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) para que o novo governo de Honduras devolva o poder ao presidente deposto, José Manuel Zelaya, o governo interino iniciou o processo de retirada do país da organização. De acordo com a BBC Brasil, a vice-chanceler interina, Martha Alvarado, e o presidente interino, Roberto Micheletti, fizeram pronunciamentos na noite de ontem (3) afirmando que Honduras denuncia a Carta da Organização dos Estados Americanos.A denúncia da Carta da OEA está prevista no Artigo 143 do documento, e estabelece que, depois de dois anos da notificação da denúncia, a “carta cessará seus efeitos em relação ao dito Estado denunciante e este ficará desligado da organização”.Segundo a BBC Brasil, a vice-chanceler interina disse, em seu pronunciamento, que o governo interino “repudia as pretensões da OEA de impor medidas unilaterais e reafirma a plenitude de sua soberania e o exercício de suas competências internas de acordo com a Constituição”. Segundo Martha Alvarado, a decisão de afastar o país da organização se deve ao fato “de a OEA acreditar que não existe mais espaço para Honduras em seu seio”.O comunicado do governo interino foi lido no mesmo dia em que o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, visitou o país, em uma tentativa de negociar o retorno de Zelaya ao poder. Ele foi deposto no último domingo (28).Pouco antes do anúncio do governo interino, Insulza disse, em entrevista coletiva, que houve um golpe militar em Honduras e que o governo interino do país presta um mau exemplo para a região, ao não querer admitir o retorno ao poder do presidente Zelaya. "Eu não sei de que outra maneira você pode chamar quando um grupo de soldados depõe um presidente e o envia em um avião militar para outro país. Isso é um golpe militar", afirmou Insulza, de acordo com a BBC Brasil.