Presidente da Amec prevê cenário de melhora contínua do mercado de capitais brasileiro

24/06/2009 - 18h43

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A perspectiva é derecuperação e melhora contínua do mercado decapitais do país a partir do quarto trimestre, prevê onovo presidente da Associação Brasileira dosInvestidores no Mercado de Capitais (Amec), Walter Mendes, que nãoacredita na possibilidade de queda agora. Segundo Mendes, o Brasil estásaindo da crise financeira internacional de forma positiva,considerando a sua gravidade, a maior desde a década de 30.De acordo com ele, a perda de confiança dos investidores é ogrande receio do setor. Para o presidente da Amec, o investidorconsegue recuperar a perda do patrimônio, no médio elongo prazo. Mas, “a confiança é um pouco maisdifícil”. Walter Mendes revelou que as saídasde investimento provocadas pela crise estão diminuindogradualmente e, este mês, acabaram se transformando em entradasde recursos no mercado. “Se a gente olhar por aí, eu diriaque a confiança do pequeno investidor local estávoltando a crescer”.A recuperação maisrápida da economia brasileira e da Bovespa, que acumula no anouma alta de cerca de 40%, auxiliou nesse processo, assegurou Mendes.Existe, ainda, uma visão clara de que o Brasil estásaindo bem dessa crise. “É um lugar bom para se estar nessacrise”, disse.Segundo o presidente da Amec, o fato de o Brasil terum sistema financeiro sólido, bem montado e regulado, colaboramuito para a recuperação. “O nosso setor financeiroé, de longe, muito mais conservador, muito menos alavancado emuito melhor regulado que o dos Estados Unidos e de boa parte daEuropa”, afirmou. Mendes também lembrou que osfundamentos econômicos do país eram melhores. Aocontrário do que sucedia no mundo desenvolvido, o Brasil tinhauma taxa de juros real alta, com espaço para redução,o que permitia que fossem implementadas políticasanticíclicas. “Algumas das nossas desvantagens dopassado viraram qualidades e virtudes agora. Por exemplo: a grandepresença estatal, o fato de ter uma taxa de juros muito alta,baixa alavancagem do sistema financeiro e das empresas”. Tudo o queno passado era considerado que o Brasil não estavaaproveitando as oportunidades passou a ser vantagem nesse momento decrise", disse.Mais um fator positivo, segundo opresidente da Amec, foi a diversificação do mercadobrasileiro em termos de exportação. Na áreafiscal, Mendes destacou que, em termos numéricos, a políticafiscal brasileira é muito boa em comparação a deoutros países, mostrando um déficit muito baixo(2%) em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).