Governo aumenta em 37,8% os recursos para agropecuária

21/06/2009 - 15h08

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com o objetivo de compensar a fuga de financiadores privadosdepois da crise mundial e a queda na produção de grãos, o governofederal vai destinar R$ 107,5 bilhões para financiar a agropecuáriabrasileira na safra 2009-2010. O valor é 37,8% maior do que os R$ 78bilhões da safra 2008-2009. A agricultura comercial ficará com R$ 92,5bilhões, enquanto a familiar terá R$ 15 bilhões.Nociclo produtivo que se encerra, a agricultura comercial e a familiar tiveram, respectivamente, R$ 65 bilhões e R$ 13bilhões, embora nem tudo tenha sido usado por váriasdificuldades no acesso ao crédito, como o alto grau de risco dado aosprodutores rurais e a falta de licenças ambientais. O Plano Agrícola ePecuário 2009-2010 será lançado oficialmente amanhã (22) em Londrina,no Paraná, às 15h, pelo presidente Luiz Inácio Lula daSilva e pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.Deacordo com o Ministério da Agricultura, o foco do plano é oincentivo ao médio produtor, ao cooperativismo e à produção comrespeito ao meio ambiente. Os recursos do Programa de Incentivo à ProduçãoSustentável do Agronegócio (Produsa) - para recuperação de áreas degradadas - serão ampliados de R$ 1 bilhão paraR$ 1,5 bilhão. O Programa de Capitalização de CooperativasAgropecuárias (Procap-Agro) teráR$ 2 bilhões e os recursos para o Programa de Geração de Emprego eRenda (Proger Rural) passarão de R$ 2,9 bilhões para R$ 5 bilhões.  Omontante para financiamentos de custeio e comercialização a juroscontrolados aumentará 20,8%, atingindo R$ 54,2 bilhões. Além dacriação de novas linhas de crédito, os limites também serão ampliados.Os preços mínimos para 33 culturas foram reajustados, destacando-seprodutos importantes como arroz (20%), leite (15%), mandioca (12%) emilho (6%). O objetivo das atualizações dos preços mínimos, segundo o ministério, é atender tanto as necessidades do produtor quanto as do mercadonacional.As discussões em torno do Plano Agrícola ePecuário 2009-2010 vêm ocorrendo há vários meses, principalmente depois que a crise financeira mundial obrigou as tradings - multinacionais que financiam a produção por meio da compra antecipada ou fornecimento de insumos agrícolas - a tirar dinheiro investido no Brasil para compensar os prejuízos em seus países de origem. Segundo Stephanes, aos poucos esse dinheiro começa a retornar. A grande reclamação dos produtores, no entanto, mais até do que a quantidade de recursos, é a dificuldade de acessá-los devido à lentidão dos bancos para liberar os financiamentos.