Redução da Selic para 10,25% desagrada indústria e comércio

29/04/2009 - 21h04

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, de baixar a taxabásica de juros (Selic) de 11,25% ao ano para 10,25%, desagradou aosdirigentes das principais entidades patronais. Caso do presidente daConfederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monterio Neto, quedivulgou nota, logo depois do anúncio do Copom, dizendo que a redução deapenas um ponto percentual ficou “aquém das expectativas” doempresariado.Segundo ele, a decisão é positiva, mas afirmou que“os indicadores dos últimos meses mostram que a crise financeira aindaestá longe de uma solução”. Ele ressaltou também que “os níveis deprodução, emprego e as concessões de crédito ainda se mostramacentuadamente abaixo dos níveis registrados no período pré-crise”.MonteiroNeto avaliou que a combinação de pouca confiança dos consumidores emaior dificuldade na concessão de crédito são os principais entravespara a retomada da demanda  e o conseqüente restabelecimento daprodução. “O atual ciclo recessivo da economia exige um corte maissubstancial da Selic, mesmo porque a taxa de inflação no acumulado em12 meses se encontra em trajetória cadente”, defendeu. Nesse sentido,continuou, a decisão do Copom atrasa o processo de recuperação daatividade econômica.O presidente da Fecomércio, Abram Szajman, disse que o Copom poderia ter reduzidoa Selic para 9,25%, de modo a gerar economia de R$ 11 bilhões nos jurosda dívida pública. Segundo ele, a taxa de juros média no mundo estáentre 4,5% e 5%, portanto, “comemorar uma Selic de 10,25% parece serresignação demais”. Szajman acrescentou que “o Copom deveria ter sido mais ousado”.