Produtores não terão mais de esperar fim da safra para contratar seguros do Proagro

30/04/2009 - 18h18

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os produtores rurais poderão contratar seguro agrícola para a safra de inverno ainda durante a safra de verão. O Conselho Monetário Nacional (CMN) mudou hoje (30) os critérios para a avaliação do risco na concessão de seguros rurais por meio do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro).A partir de julho, o limite de R$ 150 mil na concessão de seguros, antes restrito a cada agricultor, passará a levar em consideração o ciclo de plantio, como safra de verão, de inverno e safrinha – segunda safra anual de produtos como soja e milho.O gerente-executivo de Controle de Operações Rurais do Banco Central, Deoclécio Pereira, explicou que, pelas regras atuais, o agricultor pode contrair mais de um financiamento por ano, cada um limitado a até R$ 150 mil. O produtor, no entanto, tem de aguardar o fim da safra para pedir o seguro para a próxima colheita.“Com a mudança, o produtor não precisará mais esperar para requerer o seguro para a safra seguinte porque iria estourar o limite do Proagro. A nova norma vai permitir que os agricultores se planejem melhor e vai acabar com a inibição para pegar empréstimo para a próxima colheita”, destacou o gerente do Banco Central.Pereira esclareceu ainda que as novas regras não mudam o valor do limite. Apenas alteram o procedimento de avaliação do risco. “Como a safra de inverno ocorre num tempo diferente da safra de verão, o risco é o mesmo independentemente de o empréstimo ser concedido antes ou depois da colheita”, explicou.Nos casos das culturas irrigadas, da pecuária, da fruticultura e do plantio de legumes, que têm produção o ano inteiro, as linhas do Proagro passam a ter o limite de R$ 150 mil aplicado simultaneamente nas três categorias, o que elevaria o teto do seguro para até R$ 600 mil. O gerente-executivo do Banco Central, no entanto, alegou que dificilmente esse valor máximo será atingido.“Para a fruticultura, a olericultura [cultivo de legumes] e o custeio pecuário, 95% dos recursos contratados são vinculados à agricultura familiar, com valor médio de R$ 10 mil por financiamento”, afirmou.