Ministro do Planejamento diz que não há mais espaço para novas desonerações

30/04/2009 - 1h24

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro doPlanejamento, Paulo Bernardo, afirmou hoje (30) que não hámais espaço para grandes desonerações, casocontrário o governo terá que “refazer as contas”devido à queda provocada na arrecadação."Se houverdesonerações expressivas, teremos que refazer ascontas", disse, após participar de seminário sobregestão pública. Desde o início da crisefinanceira internacional, o governo já desonerou o Impostosobre Produtos Industrializados (IPI) sobre eletrodomésticos,como geladeiras, máquinas de lavar, fogões, e sobreveículos.Bernardo comentou aredução de 1 ponto percentual na taxa básica dejuros, anunciada ontem (29) pelo Comitê de PolíticaMonetária (Copom). Na sua opinião, há espaçopara que os juros caiam mais. "Já caíram e podemcair mais ainda, porque não tem pressão inflacionáriaexpressiva", disse, assinalando que o Copom trabalha com aavaliação da inflação e do ritmo daatividade econômica. Segundo ele, o Banco Central sabe que épreciso reanimar a economia e está dosando isso. “Acho queestão indo bem”.O ministro falou tambémsobre mudanças nas regras de caderneta de poupança. Eleafirmou que ainda não há nada definido e fez questãode repetir que qualquer alteração será feita deforma transparente e comunicada à população comantecedência. Ele criticou a propaganda veiculada em rádioe TV pela oposição, que comparou a mudança napoupança estudada pelo governo Lula ao congelamento daaplicação feito pelo ex-presidente Fernando Collor.“Não vamosfazer nada da noite para o dia. Ninguém está querendomexer na poupança como disse aquela propaganda mau-caráterque teve esses dias na televisão. Vamos fazer as coisas deforma transparente. Queremos que a poupança continue sendo uminstrumento de proteção dos recursos das economias dasfamílias”, afirmou o ministro.Sobre gripe suína,Bernardo garantiu que, caso seja necessário aportar maisrecursos para a prevenção e combate, haverámovimentação do governo. “É o tipo de problemaque, se surgir, vamos ter que arrumar dinheiro ou vamos ter umamelhora na receita. Isso possibilitará colocar dinheiro outeremos que cortar de outra área. Não vamos vacilarnisso”. Ele, no entanto, ressaltou que hoje há apenas umestado de alerta e vigilância em relação àgripe suína.