Morales faz greve de fome pela aprovação de nova lei eleitoral da Bolívia

10/04/2009 - 16h58

Da Agência Brasil

Brasília - O presidente daBolívia, Evo Morales, cumpriu hoje o primeiro dia de uma grevede fome para pressionar seus opositores políticos adesbloquearem a aprovação da nova legislaçãoeleitoral do país.A legislação prevê a realizaçãode eleições antecipadas para presidente,vice-presidente e legisladores. O pleito seria em 6 de dezembro. Segundo informações da BBC Brasil,além de Morales, representantes de movimentos sociais tambémparticipam do protesto no Palácio Presidencial Queimado, em LaPaz. “Diante da negligência de um grupo de parlamentares e deneoliberais, fomos obrigados a assumir esta medida de pressãopara defender o voto do povo", disse o presidente. O prazo de 60 dias para que o Congresso Nacionalaprovasse a nova lei eleitoral venceu ontem (9). Chamada de LeiTransitória do Regime Eleitoral, ela foi ratificada no referendo popular sobre a nova Constituiçãodo país, realizado em janeiro.A oposição, que controla o Senadoboliviano, decidiu exigir uma revisão da lista de eleitoresque votaram nas últimas eleições antes deaprovar a nova lei. Eles alegam que, nas últimas eleições,foram registrados nomes repetidos de eleitores ou votantes jáfalecidos, o que teria favorecido Morales.A revisão da lista de eleitores, segundo aCorte Nacional Eleitoral, levaria pelo menos um ano, tornandoimpossível a realização das eleiçõespresidenciais em dezembro. O Senado também adiou, sem datamarcada, o pleito para governadores e prefeitos, previsto para 2010,além de congelar o referendo previsto para julho do ano quevem em cinco dos nove departamentos do país. De acordo com informações da AgênciaTelam, Morales classificou de “insensíveis” os grupos deoposição que “não entendem o pedido clamorosodo povo”. Morales disse que a última vez que participou deuma greve de fome foi em 1998, em defesa da folha de coca,permanecendo 18 dias sem comer. O presidente disse que vai pedir àspessoas que também instalaram piquetes de greve de fome parasuspender o protesto durante a Semana Santa.