Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A extensão das perdas causadaspela seca na safra de trigo argentina deverá ser determinadaaté o fim deste mês. Segundo o secretário deIndústria da Argentina, Fernando Fraguío, como aestiagem atingiu o país de forma desigual, ainda nãofoi possível avaliar a totalidade dos danos.

Com a quebra de safrado país vizinho, principal fornecedor de trigo para o Brasil,serão necessários outros parceiros para suprir asdemandas do produto. Para isso, poderão ser reduzidos osimpostos de importação, disse o secretárioexecutivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria eComércio Exterior, Ivan Ramalho, em entrevista coletiva, aolado de Fraguio.

“Se a Argentina nãopuder atender as demandas brasileiras, muito provavelmente a Camex[Câmara de Comércio Exterior] voltaráa examinar essa possibilidade de redução de impostostambém neste ano”, afirmou.

A suspensão datarifa de importação do trigo para países forado Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi adotada no ano passado paraevitar falta do produto.

O comércio entreos dois países se reduziu de maneira substancial desde oinício da crise financeira mundial. No primeiro trimestredeste ano, as exportações brasileiras para a Argentinaregistraram queda de 43,6% sobre o período de janeiro a marçode 2008, totalizando US$ 2,23 bilhões. As importaçõesde produtos argentinos pelo Brasil caíram 33,6%, ficando emUS$ 3,29 bilhões.

Os secretáriosFernando Fraguio e Ivan Ramalho participaram hoje (8), em SãoPaulo, de reuniões setoriais com empresários dos doispaíses na busca de soluções para os problemas nocomércio bilateral.