Justiça Eleitoral vai dizer se há conotação política na Operação Castelo de Areia, afirma Tarso

26/03/2009 - 13h40

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aocomentar o andamento da Operação Castelo de Areia, oministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou hoje (26) que nãohá nenhuma acusação da PolíciaFederal sobre indícios de participação de partidos políticos no suposto esquema de desvio de verbas de obras públicas para abastecer contas no exterior e campanhas eleitorais.Segundo ele, os dados partiram do Ministério Públicoou do Poder Judiciário. “Daparte da Polícia Federal, não há acusação,ela não é um órgão acusador. O MinistérioPúblico agora vai fazer a denúncia em cima do inquéritoque foi realizado. Isso demonstra que temos uma polícia ativa,neutra politicamente e orientada pelo Ministério Públicoe pelo Tribunal de Contas da União”, disse o ministro. “Se há conotaçãopolítica ou não, quem vai dizer é a JustiçaEleitoral”, acrescentou.

Tarsodestacou que a etapa em que se encontram as investigações é transformar o inquérito em processojudicial, “em que as pessoas vão apresentar suas razões,se defender e fazer suas alegações”. Os dados, segundo ele, serão agora analisados pela Justiça Eleitoral como continuidade aotrabalho de investigação da Polícia Federal.

“Quandoé feito o inquérito, não se faz vínculocom ideologia, com programas de partidos ou com liderançaspolíticas. A Polícia Federal investiga fatosdelituosos. Às vezes, eles determinam outro inquéritoque transcende à lavagem de dinheiro ou à mobilizaçãoilegal de recursos para financiamento de campanhas. Isso vai seranalisado em uma outra fase.”

Para oministro, a divulgação na imprensa de que há indíciosde participação de partidos políticos no esquemaocorreu de forma “precipitada” e a Operação Castelode Areia está “rigorosamente” dentro dos padrões. "Éum inquérito rigoroso, profundo, tecnicamente perfeito e quevai ter conseqüências, dadas pelo MinistérioPúblico e pela Justiça.”