Amorim defende participação de emergentes na direção de organismos internacionais

21/03/2009 - 18h56

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu hoje (22), em Bruxelas, reformas em instituições internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (Bird) e a Organização das Nações Unidas (ONU), como forma de se solucionar parte da crise financeira mundial. Amorim questionou o controle dessas instituições por europeus e norte-americanos, sem rotatividade dos cargos de direção com outros países.“Parte da solução da crise atual passa pela reforma das instituições internacionais, como o FMI, o Banco Mundial e as Nações Unidas. Por que o presidente do Banco Mundial tem de ser sempre um norte-americano, e o diretor-geral do FMI, um europeu? Curiosamente, a única organização internacional que se reformou o seu processo de decisão foi a OMC, justamente porque é mais informal”, afirmou o chanceler brasileiro.O ministro participou de um painel sobre multilateralismo econômico no Brussels Forum 2009, encontro que trata de governança econômica global. No debate estavam, também, o presidente do Bird, Robert Zoellick; o ministro do Reino Unido para África, Ásia e Nações Unidas, Mark Malloch-Brown; e o secretário-geral da Commonwealth(Comunidade das Nações), Kamalesh Sharma.Celso Amorim voltou a criticar a adoção de medidas protecionistas como forma de os países preservarem suas economias dos efeitos da crise internacional. Ele destacou que a implementação de providências para estimular a economia é importante, “mas somente na medida em que elas não forem protecionistas”.Amorim ressaltou ainda que esses estímulos precisam ser proporcionais a cada país. “Não adianta pedir ao Brasil, Turquia ou outros países em desenvolvimento o que cabe aos países ricos fizerem”, frisou.Segundo o ministro, a conclusão o mais breve possível da Rodada Doha, da OMC, é fundamental para evitar que a decisão pelo protecionismo ganhe espaço entre os governantes. “Concluir a Rodada Doha vai contra o instinto nacionalista que prevalece em situações de crise econômica como a atual. Por isso é tão importante concluí-la”, defendeu.Para o chanceler, o maior desafio dos países emergentes, nesta crise, é a falta de crédito para o comércio exterior. Na opinião de Amorim, se uma pequena parte dos recursos aplicados pelos governos dos países do primeiro mundo em suas instituições financeiras fosse destinada para estimular o comércio entre os países em desenvolvimento, “os benefícios seriam enormes para o comércio e a economia mundial”.