Deputados criticam polícia e Conselho Tutelar pela atuação no caso de pedofilia em Catanduva

13/03/2009 - 20h30

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Deputados daComissão de Representação da AssembléiaLegislativa de São Paulo para acompanhamento da investigaçãosobre suposta rede pedofilia em Catanduva(SP) criticaram hoje (13) o trabalho da Polícia Civil e doConselho Tutelar da cidade. “A polícia nãofez um trabalho adequado, demorou na colheita de provas e nãotratou as denúncias como deveria”, afirmou Vanderlei Siraque (PT),um dos quatro deputados que estiveram na cidade.Junto com os também petistas Beth Sahão,Maria Lucia Prandi e José Candido, Siraque ouviupela manhã as queixas de dez mães de supostas vítimasde abusos. Depois, todos os deputados reuniram-se com a juíza Sueli JuarezAlonso, responsável pelo caso.Para Siraque, a juízaestá fazendo um bom trabalho, porém precisa de “umaforça”. Ele disse que a Polícia Civil estádemorando muito para apurar as denúncias, que envolvem,principalmente, vítimas de famílias pobres e suspeitosda elite de Catanduva.A deputada Beth Sahão,que é de Catanduva, reafirmou as críticas de Siraque.Segundo ela, a Polícia Civil chegou a descumprir o Estatuto daCriança e do Adolescente, quando não permitiu que asmães das supostas vítimasacompanhassem o reconhecimento dos suspeitos.Ela criticou tambémo Conselho Tutelar pela lentidão com que tem atuado no caso. “O Conselho Tutelardemorou demais para agir e não age como deveria”, disse.Segundo ela, osdeputados da comissão vão pedir uma audiência como secretário de Segurança Pública do Estado deSão Paulo, Ronaldo Marzagão, para pedir mais empenho dapolícia. Também vão pedir ao MinistérioPúblico que investigue a atuação do Conselho Tutelar.Em nota, a Secretaria de Segurança Públicainformou que investiga as denúncias desde fevereiro, assim quetomou conhecimento dos primeiros relatos sobre os casos de abuso nacidade. Informou também que a Delegacia-Geral de Polícia (Deinter)de Piracicaba  e o Grupo de AtuaçãoEspecial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), realizarão uma força-tarefa paraesclarecer o assunto.Sobre a denúnciade descumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, asecretaria informou que “as mães estavam no mesmo prédio[da delegacia] e, casoestivessem com os menores, poderiam influenciar no reconhecimento”.A Agência Brasil tentou sem sucesso falar com o Conselho Tutelar de Catanduva.