Analistas apostam em redução de um ponto percentual na taxa Selic

09/03/2009 - 20h42

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê de Política Monetária(Copom) do Banco Central inicia amanhã (10) sua segundareunião deste ano. O objetivo é fixar a taxa básicade juros, também conhecida como Selic, porque é oíndice usado para remunerar os títulos públicosdepositados no Sistema Especial de Liquidação e deCustódia (Selic).O colegiado de diretores do BC sereúne sob pressão dos analistas de mercado e deinstituições financeiras para acelerar o ritmo de quedada Selic, afirma o economista-chefe do Banco Schahin, Silvio CamposNeto. Depois da divulgação dos dados da indústriaem janeiro, com redução de 17% em relaçãoao mesmo mês de 2008, “muitos analistas revisaram a apostapara corte de 1,5 ponto percentual”, disse Campos, que se incluiuentre eles.Com isso, estima-se que a taxa básicaatual, de 12,75% ao ano, caia para 11,25%, mesmo patamar do iníciodo ano passado. De acordo com Campos, até a semana passada,havia um quase consenso de que a redução a seranunciada quarta-feira (11), no segundo dia da reunião doCopom, seria de 1 ponto percentual. No entender de Campos,como números da economia continuam em “franca deterioração”e não há pressão inflacionária, o momentoé propício para uma atuação "maisousada" do Copom. A economista-chefe do Banco Fibra, MaristellaAnsanelli, concorda e acredita em mais reduções daSelic ao longo do ano, de modo que a taxa básica de juroschegue ao final do ano abaixo de dois dígitos.Alémdo contexto interno, Campos lembra que “o ambiente permaneceunegativo nos mercados internacionais na última semana, compreocupações acentuadas em torno das montadorasnorte-americanas e do setor financeiro global, embora o pessimismodecorra de uma percepção mais ampla de que a criseatual manterá a economia mundial enfraquecida por uma períodomaior do que o imaginado anteriormente”.Campos disse queparte desse sentimento decorre da “situaçãoextremamente grave enfrentada pela economia norte-americana”. Elecitou dados divulgados sexta-feira (6) mostrando taxa de desempregode 8,1% nos Estados Unidos, a maior em 25 anos, por causa dofechamento de 4,3 milhões de empregos nos últimos 14meses.

O economista lembrou tambémque no Reino Unido, na chamada Zona do Euro e no Japão, ocenário é semelhante, destacando que só a Chinatenta manter algum sinal de vigor, embora o governo do paísnão tenha elevado o pacote de estímulo econômico”.