Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mais de 16 milhões de venezuelanos estão inscritos para votar no referendo que será realizado amanhã (15) e que prevê a possibilidade de chefes do Poder Executivo - presidente, governadores e prefeitos - concorrerem à reeleição quantas vezes quiserem, o que permitiria ao presidente Hugo Chávez tentar permanecer no poder além de 2013, quando termina seu atual mandato. Neste mês, Chávez completou dez anos à frente do governo do país.
Como na Venezuela o voto não é obrigatório, o nível de abstenção será determinante para definir o futuro político de Chávez e de seu projeto político, o Socialismo do Século 21. Governistas e oposicionistas estão estimulando seus eleitores a comparecerem às urnas, segundo reportagem da BBC Brasil.
Os venezuelanos terão que responder se são ou não favoráveis ao fim do limite de reeleições para cargos executivos. Para a oposição, que defende o voto no “não”, a aprovação da emenda constitucional pode levar Chávez a se perpetuar no poder. O presidente já declarou que pretende ficar no cargo "até 2030", mas, atualmente, a Constituição proíbe esta hipótese. A vitória do “sim”, com a aprovação da emenda constitucional, removeria esta barreira.
Inicialmente, a emenda previa apenas o fim do limite à reeleição para presidente. O governo, no entanto, reformulou a pergunta e, agora, a consulta abrange todos os cargos públicos. Com a mudança, alguns prefeitos e governadores que se opunham à permissão para que Chávez dispute mais um mandato se viram diante de um dilema: fazer ou não campanha para que possam também permanecer em seus cargos.
De acordo com a BBC Brasil, as últimas pesquisas mostram empate técnico. No estudo da consultoria Datanálisis, por exemplo, 51,5% dos venezuelanos apóiam o fim do limite à reeleição, enquanto 48,1% rejeitam a proposta.