Ana Luiza Zenker*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo brasileiro vai enviar na sexta-feira (9) 14 toneladas de doações em remédios e alimentos às vítimas do conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas na Faixa de Gaza. De acordo com informações do Ministério das Relações Exteriores, a carga segue inicialmente para a Jordânia, de onde segue para Gaza, com a ajuda da Organização Jordaniana de Caridade.De acordo com o Itamaraty, entre os medicamentos estão antibióticos, sais de reidratação, seringas, ataduras e outros instrumentos de primeiros-socorros.Ainda hoje (6), o chanceler Celso Amorim se reúne, em Portugal, com o primeiro-ministro português, José Sócrates, e conversa com o chanceler da Síria, Walid al-Moualem, para discutir as medidas que a comunidade internacional pode tomar para conseguir negociar um cessar-fogo na região.Ontem (5) ele já havia conversado, por telefone, com a chanceler israelense, Tzipi Livni, sobre a proposta do Brasil de realizar uma reunião com vários países a fim de buscar uma solução para o conflito que começou há 10 dias com os ataques israelenses aos palestinos.A China também anunciou uma doação para ajuda humanitária à região, no valor de US$ 1 milhão.De acordo com a agência portuguesa Lusa, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) alertou que a crise em Gaza é insustentável para a população, que mesmo antes da operação militar israelense vivia em condições “extremamente duras” após 18 meses de bloqueio e restrições às importações.Depois de 11 dias de bombardeio, os mortos palestinos são estimados entre 580 e 600 e os feridos já são 3 mil, de acordo com dados de fontes hospitalares. A população de Gaza é de 1,5 milhão de pessoas.“Estamos extremamente preocupados com o número crescente de civis mortos e feridos e pelo número crescente de infra-estruturas civis, como hospitais, afetadas pelas operações militares israelitas”, declarou o diretor de Operações do CICV, Pierre Kraehenbuehl.De acordo com ele, uma das prioridades é garantir a assistência médica aos feridos, pois muitas vítimas morrem enquanto esperam a chegada de uma ambulância. Apesar de os acessos ao território terem sido facilitados pelo encaminhamento da ajuda, os socorros enfrentam a impossibilidade de chegar às vítimas devido à intensidade dos combates.