Televisão brasileira é reflexo da sociedade, diz diretor da Rede Globo

04/12/2008 - 21h11

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Mesmo que procure investir naprogramação cultural de qualidade, a televisãoprivada se vê, às vezes, obrigada a refletir a própriasociedade brasileira, com suas mazelas e carências. A avaliaçãoé do diretor de Comunicação da Rede Globo, LuizErlanger, ao participar hoje (4) de mesa-redonda que discutiu o apoioda TV e do rádio ao desenvolvimento cultural. A mesa-redonda foi promovida pelo fórum nacional que está sendo realizado no Rio de Janeiro.

Depois de participar damesa, Luiz Erlanger disse à Agência Brasil quenão se pode esperar da televisão brasileira que ela nãoseja um reflexo da sociedade.

“Na verdade, nãoé que a gente faça isso porque haja uma demanda dopúblico. Nós procuramos sempre abrir espaço,através de programas, do jornalismo, ou mesmo campanha, paradivulgar o que se chama de cultura mais erudita. Mas, é claroque tanto na tevê pública e especialmente na tevêprivada, o nosso papel é complementar”, afirmou.

Segundo o diretor daRede Globo, o grande desafio para se levar boa cultura aosbrasileiros é através da educação. Assim,a televisão pública e privada são ferramentasessenciais dessa mudança.

Já ex-ministroReis Velloso, organizador do fórum, disse que odesenvolvimento não pode deixar de contemplar a dimensãocultural em todo seu processo. Segundo Velloso, o desenvolvimento “ou tem as várias dimensões econômica, social,política e cultural, ou não é desenvolvimento”.E a conseqüência disso é que “cultura édesenvolvimento, tanto quanto o crescimento econômico”.

O secretáriomunicipal de Cultura de São Paulo, Carlos Augusto Calil,avaliou durante o evento que existe uma “fome de cultura no país”.Ele disse ainda que os espaços culturais devem usados tambémpara a realização de cursos profissionalizantes ligadosas atividades culturais e destinados a jovens de áreascarentes, tendo em vista que “no campo da cultura, empregabilidadeestá em expansão”.