Produções culturais também geram riqueza para o país, diz Mamberti

04/12/2008 - 18h54

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Além de contribuírem para o desenvolvimento da identidade do Brasil e retratarem a cultura de um povo, as produções culturais são importantes também para a economia do país, podendo representar até 8% do Produto Interno Bruto (PIB). A análise é do presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte), Sérgio Mamberti."Está na hora de pensarmos também na gestão cultural e nos darmos conta que cultura também é uma questão de economia. As produções culturais também geram riqueza para o país", disse Mamberti durante a abertura do seminário para discutir o Plano Nacional de Cultura, em São Paulo. O seminário, que começou ontem (3), é o último da série para debater as diretrizes do plano, para, em 2009, apresentar um texto final ao Congresso Nacional.Segundo Mamberti, a cultura é um fator de desenvolvimento para o país. "Precisamos pensar na capacitação dos servidores e gestores da área e estudar parcerias", disse. Para ele, esta é a primeira ocasião que a cultura está sendo valorizada e entrando na agenda do país. "Finalmente a cultura está sendo tirada do papel, temos que aproveitar a chance para trabalhar para sociedade", afirmou. Uma das discussões, segundo Mamberti, é encontrar outras formas de financiamento à cultura. "A Lei Rouanet não pode ser a única fonte de renda para a cultura. Este é o momento para se pensar em outras possibilidades de financiamento para nossa produção", opiniou.Para o presidente da Funarte, outro ponto a ser discutido é o acesso à cultura. "Não cabe ao governo somente financiar e sim garantir o acesso às produções por ele financiadas. Isso é a democratização da cultura".Sérgio Manberti acredita que os seminários são importantes para encontrar soluções para estas e outras questões do setor como a meia-entrada para estudantes. "A preocupação das produtoras é pertinente, mas é preciso que exista o diálogo para chegar a um consenso", falou. Segundo ele, desde 2001 há "uma total ausência de controle das carteirinhas". "Devemos procurar um equilíbrio", afirmou. Mamberti também argumenta que o Plano Nacional de Cultura não deve ser o único no país para promover a cultura. "Os planos estaduais e muncipais são fundamentais, são um complemento ao nacional", ressaltou.