Sindicato estima 100 mil demissões na construção civil nos últimos meses do ano

03/12/2008 - 18h12

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os últimos três meses do ano não serão de boas notícias para os trabalhadores da construção civil. O Sindicato dos Trabalhadores daConstrução Civil de São Paulo (Sintracon-SP), calcula que 100 mil funcionáriosdo setor devem perder o emprego.Em entrevista hoje (3) à Agência Brasil,  o presidente da entidade, Antonio de SouzaRamalho, afirmou que cálculos feitos pelos técnicos do sindicato revelam queconstrutoras e outras empresas do ramo, que empregavam até o mês de outubro 2,1milhões de pessoas, devem chegar ao fim do ano tendo dispensado 4,7% dos seus trabalhadores.“Notamos um aumento muito grande no número de demissões homologadas pelosindicato desde a segunda semana de outubro”, afirmou Ramalho, citando que o númerode homologações de demissão realizadas pelo sindicato praticamente triplicou desde a segunda quinzena de outubro.De acordo com ele, o final do ano, tradicionalmente, é um período dedemissões devido a maior freqüência de chuva com a conseqüente reduçãono ritmo de execução das obras. Este ano, contudo, a crise financeira tem levado aocancelamento de novos projetos e motivado a dispensa, principalmente, detrabalhadores da administração e projetos.“O pessoal da obra não sofre tanto, pois há muita coisa para acabar”,complementou. “Porém o pessoal que trabalha com os projetos está com o empregomais comprometido,” disse Ramalho.Em entrevista coletiva concedida também hoje, o diretor econômico doSindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo(Sinduscon-SP), Eduardo Zaidan, confirmou o período sazonal de demissões, porémpreferiu não fazer estimativas de quantos trabalhadores serão dispensados.“Posso falar sobre a tendência [de demissões], mas não posso falar denúmeros”, disse ele, quando questionado sobre a quantidade de dispensas.Zaidan disse, entretanto, que o setor - maior gerador de emprego do país em2008 - deve retomar seu nível de emprego no início do ano que vem, com anormalização do trabalho nas obras. “As obras que já foram iniciadas terão deser entregues e vamos precisar de mão-de-obra para isso.”Já sobre a ampliação de contratações para o ano que vem, ele afirmou que isso dependerá do aumento do número de lançamentos de novos projetos.