Intervenções do BC não seguram alta do dólar, que fechou cotado a R$ 2,47

03/12/2008 - 18h21

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O dólar comercial fechou o pregão de hoje (3) cotado a R$ 2,475, com valorização de 3,46% em relação à cotação da véspera, apesar de o Banco Central (BC) ter feito três intervenções no mercado de câmbio.No início do dia, a moeda norte-americana mostrava tendência de alta, o que levou o BC a realizar dois leilões de venda à vista, às 10h30 e às 11h, recebendo taxas de R$ 2,3915 e de R$ 2,3755, respectivamente.Nesse tipo de leilão os dólares saem efetivamente das reservas internacionais, mas o BC não divulga quanto colocou no mercado. Estima-se, porém, que tenha sido em bom volume, uma vez que a cotação do dólar inverteu a tendência e operou com pequena queda no final da manhã.A tendência fortaleceu-se no início da tarde, quando o Departamento de Operações das Reservas Internacionais do BC “vendeu” US$ 1,957 bilhão para os bancos financiarem as exportações por meio de adiantamentos sobre contratos de câmbio (ACC) e de adiantamentos sobre cambiais entregues (ACE).No entanto, tudo mudou depois que o próprio BC informou, às 14h, que o fluxo cambial de novembro fechou com queda de US$ 7,159 bilhões – o maior saldo negativo desde janeiro de 1999. A movimentação foi agravada também pelo fluxo cambial de outubro, que já fora negativo em US$ 4,639 bilhões.Ficou evidente que houve um aprofundamento das saídas de dinheiro estrangeiro do país depois que a crise financeira internacional se deteriorou, em setembro, e atingiu a economia real dos países emergentes. Tal situação mantém o câmbio pressionado.Em comunicado a seus clientes, a LCA Consultoria afirma, porém, que essa pressão tende a se reduzir nos próximos meses, uma vez que os fundos estrangeiros com aplicações no Brasil já retiraram grande parte de seus recursos. A empresa estima que “o câmbio deve permanecer pressionado no curto prazo”, mas com possibilidade de “descompressão” no médio prazo.