Oposição e governo não chegam a acordo sobre reforma tributária

26/11/2008 - 14h51

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Líderesda oposição e da base aliada do governo vãocontinuar negociando, até a próxima terça-feira(2), na busca de um entendimento para votação dareforma tributária no Plenário da Câmara.Reunidos hoje (26), eles marcaram para amanhã (27) novareunião para avançar nos acordos.

Aintenção dos aliados do governo é votar aproposta já na terça-feira. No entanto, enfrentam aresistência da oposição. O líder dogoverno, Henrique Fontana (PT-RS), informou que ainda não háacordo com a oposição, mas que a base vai continuarinsistindo para votar a matéria na próxima na próximasemana.

O líderdo DEM, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA),informou que dos 20 pontos mais polêmicos da reforma tributárianão se chegou hoje a acordo em torno de nenhum. “Do jeitoque está a reforma tributária, é impossívelvotá-la.”

Osecretário de Fazenda de São Paulo, Mauro Ricardo,informou que apenas quatro dos 20 pontos foram discutidos hoje. Entreeles, a Contribuição sobre o Lucro Líquido(CLL), a desoneração da folha de pagamento e algumasinconstitucionalidades do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

Ainda deacordo com Mauro Ricardo, São Paulo deve perder cerca de R$ 16bilhões por ano, caso a reforma seja aprovado como está.“Ficam falando que a culpa por não votar a reforma édo governador José Serra. Mas ele não tem nada a vercom isso. Estamos mostrando as impossibilidades dessa proposta.Trouxemos argumentos técnicos.”

Ogovernador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB),afirmou que seu estado vai perder quase R$ 150 milhões pormês com a reforma tributária. “O FER [Fundo deEqualização das Receitas] tem R$ 9 bilhões evai precisar de R$ 25 bilhões. Isso é uma falácia.É como esvaziar o oceano e fazer a montanha crescer”, disseo governador, ao contestar a capacidade do FER de cobrir as perdasdos estados.