Feira no Rio mostra a diversidade rural brasileira

26/11/2008 - 17h28

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Depois de quatro edições sendo realizada no Distrito Federal, a Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária está sendo realizada no Rio de Janeiro. Esta quinta edição, que foi aberta ao público hoje (26), prevê a realização de negócios de R$ 40 milhões, envolvendo pequenos produtores rurais.O volume esperado, neste ano, corresponde ao total negociado nas quatro edições anteriores. O tema da feira é Brasil Rural Contemporâneo porque permite ao público conhecer a diversidade e a riqueza  da agricultura e do artesanato de todos os estados brasileiros. Haverá degustação das comidas características de cada  região. O evento, uma realização do Ministério do Desenvolvimento Agrário, será realizado até o próximo domingo (30).Segundo o coordenador do evento, Luiz Felipe Nelsis, estão sendo oferecidas 850 toneladas de produtos para comercialização e serão realizadas rodadas de negócios com redes atacadistas e varejistas de todo o Brasil.Haverá a apresentação de grupos regionais ao lado de grandes nomes da música  popular nacional, de novos materiais, de moda e de ingredientes culinários diversos. “A idéia é, de um lado fazer negócios com os atacadistas e, de outro, o público descobrir  outros sabores, outros produtos, outros ingredientes, outra moda, outra cultura”, disse Nelsis. A sustentabilidade ambiental é uma das tônicas do evento. Segundo o coordenador, 40% dos produtos comercialzados na feira são orgânicos. “Além disso, nós estamos com forte peso de materiais e ingredientes da biodiversidade.”Um dos pequenos produtores da Amazônia Legal, José Amilton Reis de Carvalho, presidente da Associação de Pequenos Produtores Rurais de Santo Antonio do Trombetas (APPRSAT), no Pará,  afirmou estar  otimista diante da oportunidade de trazer a farinha de mandioca local, principal produto do estado, para comercializar com outras regiões. Seu objetivo é divulgar o produto para abrir o mercado. “Nós queremos evitar o atravessador e dominar  todas as fases do produto, desde a produção da matéria-prima, que é a mandioca, até o beneficiamento e a comercialização”, explicou.Na área do artesanato e da moda, o grupo de artesãs Palavras Benditas, que reúne 14 municípios do Triângulo Mineiro, é também estreante na feira do Rio de Janeiro. Elas integram o programa Talentos do Brasil, desenvolvido pelo Ministério. O grupo é constituído por mulheres artesãs da agricultura familiar.Elas representam três associações, que contam com 20 a 30 artesãs cada. “A expectativa é fortalecer o grupo para que ele se transforme em uma cooperativa para poder divulgar e comercializar os produtos no mercado formal”, afirmou Jucelita Senra, representante do grupo. Segundo ela, a pretensão, agora, é exportar os produtos que levam na sua confecção bagaço de cana e papel marchê entre os materiais. As artesãs do Palavras Benditas produzem bijuterias, bordados e colchas chenile feitas no tear.O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel,  destacou que a feira quer mostrar à sociedade a importância da agricultura familiar e dos assentamentos agrários para o país. O segmento responde por 10% do Produto Interno Bruto (PIB), além de produzir 70% dos alimentos consumidos diariamente  pela população brasileira. A agricultura familiar representa, ainda, 77% do povo ocupado no campo.