Ministério Público discorda de licença ambiental para construção de termoelétrica no Pará

18/11/2008 - 19h50

Leandro Martins
Repórter da Rádio Nacional da Amazônia
Brasília - O Ministério Público do Pará discorda da licença ambiental concedida à Vale para construção de umausina termoelétrica, no município de Barcarena, e poderá entrar com uma ação na Justiça solicitando a sua suspensão. A licença foi liberada pelo Conselho Estadual de MeioAmbiente do Pará, COEMA, por meio da Secretaria de Estado de MeioAmbiente. Para o promotor Raimundo Morais, a usina termoelétrica de Barcarena representauma ameaça ambiental por causa da grande quantidade de carbono que será despejada na atmosfera. "São mais de dois milhões e meio de toneladasde carbono por ano, o que significa um volume equivalente à emissão detodos os carros do Rio de Janeiro durante um ano", disse.A Vale informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que ospadrões adotados nos estudos de emissão de gases da futura usina estão deacordo com critérios do Banco Mundial e do Conselho Nacional de MeioAmbiente (Conama). A empresa diz ainda que a termoelétrica vai utilizartecnologia limpa e moderna que reduzem, em mais de 90%, as emissõesde carbono.O promotor Raimundo Morais discorda das explicações da Vale sobre a tecnologia que será usada na termoelétrica para reduzir a emissão de gases de carbono. "As melhores tecnologias são muito maiseficientes do que essa que a Vale está apresentando. Como ela é mais cara, a Vale optou pelamais barata, que é mais suja. É muito fácil você gerar energia, gerarriqueza, transferindo para a sociedade os custos desse processo" disse.