Argentino defende mais crédito para países em desenvolvimento

27/10/2008 - 20h00

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Fortalecer os organismos multilaterais e as linhas de crédito provenientes de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Na opinião do presidente da Comissão de Representantes Permanentes no Mercosul, o argentino Carlos Alvarez, é isso o que os países da América do Sul devem buscar para minimizar os efeitos da crise financeira internacional.“O importante é fortalecer as linhas de crédito e que os organismos multilaterais de crédito habilitem linhas [de crédito] sem condicionais, até porque não foram os nossos países os causadores dessa crise, foram os países centrais”, afirmou, logo depois de participar da 7ª Reunião Extraordinária do Conselho do Mercado Comum, hoje (27), em Brasília.Alvarez defende que os países sul-americanos, como bloco, exijam a extensão do crédito, inclusive o proveniente do FMI, com facilidades, rapidez e sem condições prévias para aprovação. “A unidade regional é uma fortaleza para enfrentarmos essa crise”, afirmou, ressaltando que cada país sabe da sua necessidade e utilizaria essas linhas de acordo com ela.Questionado sobre qual país da América do Sul estaria mais fragilizado com a crise financeira internacional, Alvarez disse que não se falou em cifras, mas todos os países estão mais sólidos do que durante as crises enfrentadas nos anos de 1980 e 1990.De acordo com ele, os Estados sul-americanos têm solvência, superávit fiscal (economia feita pelo governo) e um bom nível de reservas internacionais. No entanto, ele acredita que talvez o Equador esteja em uma situação mais delicada, já que a sua economia está atrelada ao dólar.O presidente do Banco Central equatoriano, Carlos Vallejo, disse, também ao sair da reunião do Conselho do Mercado Comum, que o seu país está muito preocupado com a queda nos preços das commodities e o impacto que isso pode ter nas exportações.