Preocupação do BC é manter oferta de dólares, diz Paulo Bernardo

16/10/2008 - 11h08

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, afirmou hoje (16) que a preocupação do Banco Centralao promover leilões de dólares não é com a cotação da moeda norte-americana, mas com adisponibilidade para oferta. Segundo ele, sempre que houver necessidade, serão feitos leilões de dólar paraamenizar os reflexos da crise financeira mundial.

Elereafirmou que a alta do dólar no país é “sazonal”e  se deve apenas ao “pânico” nas bolsas devalores. Ele lembrou que, na semana passada, o dólar chegou a quase R$2,50 e que, hoje, está cotado em R$ 2,10 ou R$ 2,15. “Nãotenho bola de cristal mas, provavelmente, vai diminuir mais ainda acotação.”

O ministro explicou que a decisão de realizar osleilões foi tomada na semana passada porque havia muita gente querendo comprardólares e ninguém querendo vender, o que provocou umdesequilíbrio e a disparada do valor da moeda. “O BancoCentral entrou oferecendo e vendeu até menos do que muitagente supôs. Se houver necessidade, eles vão fazer issode novo”, disse.

Paulo Bernardo disse que não acredita na manutenção da alta dos juros,  mas que a decisão final  do BancoCentral depende do desempenho da inflação brasileira.

“Estamoscom muita esperança de que já tenha melhorado essapressão inflacionária que tivemos no primeiro semestreaté julho e de que tenhamos condições de baixaros juros. Mas não temos como avaliar isso agora”.

De acordocom o ministro, a previsão de crescimento de 4,5% do ProdutoInterno Bruto (PIB), por enquanto, está mantida.. Ele nãodescartou a possibilidade, entretanto, de que até o dia 20 denovembro – prazo final para o envio da previsão ao CongressoNacional – o governo precise reavaliar o percentual.

“E issotem conseqüências sobre o orçamento: provavelmente,a receita muda também. Temos que ter tranqüilidade,observar, fazer cálculos, consultar analistas e institutos queestudam a economia brasileira e, depois, tirar uma conclusão”.

PauloBernardo voltou a afirmar que os programas sociais, bem comoinvestimentos no Programa de Aceleração doCrescimento (PAC) serão poupados de cortes provocados pelorecrudescimento da crise. Segundo ele, a orientação do presidenteLuiz Inácio Lula da Silva é de que o governofaça cortes “onde for necessário” mas “preserve” programas como o Bolsa Família e as obras do PAC.

“Épossível que outros investimentos tenham diminuição,sejam afetados, cortados ou, pelo menos, adiados na sua execução.Mas o PAC vai ser preservado”, destacou o ministro.

Paulo Bernardo fez as declarações em entrevista concedida depois de participar do programa Bom Dia, Ministro, nos estúdios da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).