Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O agente da Polícia Federal Francisco Pellicel Júnior e o investigador da Polícia Civil Edisom Alves  Cruz, presos pela Polícia Federal durante a Operação Avalanche, foram os primeiros denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo. Ambos são acusados de terem se associado aos empresários Afonso José Penteado Aguiar e Eduardo Roberto Peixoto para tentar extorquir um empresário paulistano.Segundo nota do MPF, Afonso José Penteado Aguiar indicou a vítima aos policiais, oferecendo a eles informações sobre a rotina do empresário e seus negócios. Já Eduardo Roberto Peixoto, que atua com exportação em Rondônia e no porto de Vitória (ES), obteve informações fiscais sigilosas sobre o empresário, de forma ilícita, e as repassou aos dois policiais. Por sua vez, os policiais Pellicel Júnior e Cruz procuraram a advogada desse empresário para exigir dele o pagamento de US$ 2 a US$ 3 milhões para que ele não fosse investigado pela Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros (Delefin). Os policiais exigiam o pagamento do empresário afirmando ter “informações sigilosas” sobre ele na Receita Federal, que poderiam resultar na abertura de uma investigação. De acordo com o Ministério Público, o empresário não pagou aos policiais e orientou sua advogada a não ceder às pressões feitas por eles.Por decisão da Justiça Federal em São Paulo, Francisco Pellicel Junior e Edisom Alves Cruz estão presos preventivamente, enquanto os empresários Afonso José Penteado Aguiar e Eduardo Roberto Peixoto estão presos temporariamente. Hoje (14), acaba o prazo para a prisão temporária de Marcos Valério e de Rogério Tolentino, também presos na mesma operação, mas a Polícia Federal já encaminhou um pedido para a Justiça Federal para que a prisão de ambos fosse prorrogada por mais cinco dias. Segundo a Justiça Federal, o pedido de prorrogação das prisões, enviada ontem (13) pela Polícia Federal, ainda está sendo analisado.