Marcos Valério nega envolvimento em crimes fiscais, diz advogado

11/10/2008 - 18h13

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O publicitário Marcos Valério de Souza nega ter feito parte da quadrilha que extorquia empresários com débitos fiscais e fazia operações ilegais para o desembraço de mercadorias no Porto de Santos. Ele está preso em regime temporário na carceragem daPolícia Federal em São Paulo desde ontem (10), quando a Operação Avalanche, da PF, começou a desarticular o bando, que agia em São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, informou hoje que antes de tomar conhecimento do processo, composto de 19 volumes e 4 mil páginas, não irá tomar nenhuma providência. Ele acredita que na próxima segunda-feira, ou no máximo terça, conseguirá ler as peças e separar a parte que se refere ao cliente dele.Questionado sobre o envolvimento de Marcos Valério, o advogado afirmou que "ele alegou não ter tido nenhuma participação”, disse.A acusação que pesa sobre Valério é de que ele agiu para neutralizar uma autuação por sonegação fiscal no valor de R$ 100 milhões contra a Cervejaria Petrópolis, desqualificando os fiscais que aplicaram a penalização (Eduardo Friedman e Antonio Carlos) por meio de falsas denúncias que originaram a instauração de inquérito policial na Polícia Federal em Santos.Com a ajuda de um sócio, Rogério Tolentino, Valério teria coordenado o plano, que contava ainda com a participação dos advogados Ildeu da Cunha Pereira, Eloá Leonor da Cunha Velloso e dos policiais federais Paulo Endo e Daniel Ruiz Balde, ambos aposentados, além do delegado Silvio Oliveira Salazar. Além disso, o empresário mineiro teria oferecido dinheiro a jornalistas e empresas de comunicação para desmoralizar publicamente os fiscais, acusados indevidamente de praticar crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.Leia mais nas reportagens ao lado.