Representante da ONU defende democratização do Conselho de Segurança

29/09/2008 - 23h12

Sabrina Craide
Enviada especial
Nova York (EUA) - O presidente da Assembléia-Geral da Organizaçãodas Nações Unidas, Miguel D’Escoto, defendeu hoje(29) a necessidade de democratizar a organização,especialmente com a reforma do Conselho de Segurança, que,segundo ele, será o tema central da ONU nos próximosmeses. Ele também defendeu a democratização dasinstituições financeiras internacionais.“Senão temos regras democráticas nas NaçõesUnidas, como podemos cobrar isso do resto do mundo?”, questionou,ao encerrar os debates da 63ª sessão da Assembléia-Geral.Durante o encontro, que começou na última terça-feira(23), 111 chefes de Estado estiveram na sede das NaçõesUnidas, em Nova York.D`Escoto lembrou que o debate ocorreu emum momento importante, quando o mundo todo discute soluçõespara a crise financeira mundial. Para ele, o problema é umreflexo do egoísmo da cultura atual.O presidentereconheceu a gravidade da turbulência financeira e disse queela está refletida principalmente na crise de alimentos. “Éespantoso que, depois de 63 anos, ainda enfrentamos o fato de quecentenas de milhares de pessoas sofrem de fome e desnutrição.Isso é loucura, e reflete o quanto nossas prioridadescaíram”.O secretário-adjunto da ONU, RobertOrr, disse hoje que o foco principal do debate foram os Objetivos deDesenvolvimento do Milênio e destacou o aporte de US$16 bilhões para cumprir as metas.Orr tambémdestacou os compromissos firmados para o combate à malária,que deverá receber investimentos de US$ 3 bilhões.Segundo ele, as ações de governos, empresas e sociedadecivil vão possibilitar que as mortes pela doença,estimadas em 1 milhão por ano, possam ser eliminadas até2015.“Há seis meses, foi considerado uma fantasiaquando o secretário-geral disse que era preciso acabar com asmortes por malária até 2015. Agora, com os compromissosfirmados e com os novos recursos que estão sendo empregados,isso não é mais considerado uma fantasia, mas algopossível", disse.