Lula pede responsabilidade do governo e dos políticos norte-americanos

29/09/2008 - 18h17

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (29) que o Brasil está tranqüilo diante da crise econômica que abateu as bolsas de valores de todo o mundo hoje. Lula considerou normal as oscilações da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que chegou a cair 13% no meio da tarde, diante da negativa da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos em aprovar o pacote de ajuda ao mercado financeiro de US$ 700 bilhões."A bolsa historicamente sobe e desce. Normalmente em momentos de nervosismo econômico, as bolsas no mundo inteiro caem. Não é só a bolsa brasileira, são as bolsas no mundo inteiro que estão caindo, e vai depender  muito da sabedoria do governo e dos políticos americanos de resolverem a crise", afirmou Lula.O presidente disse que a crise é a mais forte dos últimos 50 anos nos Estados Unidos e pediu responsabilidade do governo e dos políticos norte-americanos."Os países emergentes, os países pobres, que fizeram tudo para ter uma boa política fiscal para fazer a economia se establilizar, não podem agora ser vítimas do cassino que eles montaram na economia americana. Não é justo para os países latino-americanos, africanos e asiáticos paguem pela irresponsabilidade de setores do sistema financeiro americano", disse o presidente.Lula lembrou que no Brasil um banco de investimento não pode alavancar mais do que dez vezes o seu patrimônio líquido e que nos Estados Unidos não tem limite."Nós estamos tranqüilos. Sabemos que a crise é grave, que vai diminuir  o crédito no mundo, mas estamos seguros que nossas exportações continuam indo bem, que as importações de máquinas e equipamentos continuam indo bem e a nossa indústria continua crescendo", disse o presidente.O presidente Lula ressaltou que os projetos do Programa de Aceleração dos Crescimento (PAC) não vão paralisar. "O Brasil não vai jogar fora essa oportunidade depois de tantos anos esperando para crescer. Não vamos, em função da crise americana, jogar fora o que construímos com tanto sacrifício", afirmou.Lula disse esperar que o Congresso e o governo dos Estados Unidos não permitam que a disputa eleitoral de novembro (quando ocorrem as eleições presidenciais) interfira na discussão do plano de recuperação do sistema financeiro."A responsabilidade que os americanos têm diante do mundo vai obrigá-los a tomar uma posição definitiva. Não existe meio termo. Ou eles assumem a responsabilidade de cobrir o rombo que permitiram ser criado ou vão criar uma crise muito séria para o mundo inteiro".