Após rejeição do pacote de Bush, Bovespa fecha em queda de 9,36%

29/09/2008 - 19h00

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou hoje (29) em queda de 9,36% e 334.362pontos. Às 14h49, o pregão ficou paralisado durante 30 minutos após oIbovespa, índice da bolsa, apontar queda de 10% em relação à últimamarca de sexta-feira. As ações que mais caíram foram as da RossiResid e da BMF Bovespa: 21,06% e 20,21%, respectivamente. O volumenegociado foi de R$ 5.780.202.507,00. O dólar fechou em alta de R$ 1,96, numa ascensão de 6%.A forte queda no mercado acionário ocorreu após a rejeição, pelos deputados norte-americanos, do pacote de ajuda proposto pelo governo George W. Bush, que prevê o desembolso de US$ 700 bilhões para socorrerbancos dos Estados Unidos, comprando "títulos podres"."Hoje é um dia atípico e um caso especial em que não é possívelprever o que acontecerá daqui para frente", diz Rubens Sardenberg,economista-chefe da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Deacordo com ele, a crise pode desacelerar docrescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.Para o economista, osbancos brasileiros, e o país como um todo, estão em situação favorável perante os norte-americanosem termos de capitalização, porque aqui os empréstimos não são tãovultosos quanto lá. "Além disso, não concentramos os investimentos em umaúnica carteira como os americanos costumam fazer".Segundo Ricardo José Almeida, professor de finanças do InstitutoBrasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), a crisenão se deve apenas ao boom do crédito imobiliário, mas éum reflexo da situação política dos Estados Unidos, que vivem a reta final da disputa eleitoral entre o democrata Barack Obama e o republicano John McCain."A incerteza agora é com relação aofuturo presidente dos Estados Unidos. Como a opinião pública é contra opacote, quem o apoiar perderá a eleição", diz Almeida. "Este é um momento de extremopessimismo e não pensei que fosse chegar até este ponto. A tendência éque a Bovespa sofra ainda mais".