Presidente do Equador bloqueia bens da Odebrecht

23/09/2008 - 21h39

Da Agência Brasil

Brasília - Opresidente do Equador, Rafael Correa, ordenou hoje (23) o embargodos bens da construtora brasileira Odebrecht, a ocupaçãodas obras da empresa pelo Exército e proibiu que osfuncionários da companhia deixem o país. As medidasforam tomadas por decreto, segundo informações da BBCBrasil.

O governoequatoriano exige o pagamento de uma indenização porfalhas no funcionamento e paralisação da centralhidrelétrica San Francisco, construída pelaempreiteira. De acordo com o governo, a San Francisco apresentoufalhas e deixou de funcionar um ano depois de serem concluídasas obras.

Paralisadadesde 6 de junho, a hidrelétrica San Francisco é asegunda maior do país e o governo argumenta que suaparalisação estaria colocando em risco o abastecimentode energia no Equador.

AOdebrecht também é responsável pelas obras deoutra hidrelétrica, uma rodovia e um aeroporto no Equador.

Por meiodo decreto, Correa declarou "emergência nacional"para prevenir uma diminuição dos serviços deenergia e para "evitar um estado de comoçãointerna diante da possibilidade de apagões de luzgeneralizados no território nacional", diz o texto.

Háuma semana, o presidente equatoriano chegou a ameaçar expulsara empresa se não fosse paga a indenizaçãoexigida pelo Estado e disse que a empreiteira está sendoinvestigada por suposta corrupção. Correa afirmou quealgumas obras da construtora foram realizadas "com um terçode capacidade e o triplo de custo". Pelo menos dois diretores brasileiros da empresa estariam impedidos de sair do Equador.

"Estou'por aqui' com a Odebrecht, quanto mais cavo mais lama encontro (...)Estes senhores [da construtora] foram corruptos e corruptores,compraram funcionários do Estado. O que está sendofeito é um assalto ao país", afirmou, segundo aBBC Brasil.

Com capacidade estimada de geraçãode 12% do total da energia elétrica consumida no país, a hidrelétrica San Francisco custouUS$ 338 milhões para o governo equatoriano.