Polícia do Paraná já identificou responsáveis por chacina

23/09/2008 - 10h14

Lúcia Norcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - A políciado Paraná já identificou os autores do assassinato de15 pessoas, na considerada a maior chacina da históriarecente do estado, ocorrida ontem (22), em Guaíra (região oeste), fronteira com o Paraguai. O delegado-chefe da PolíciaFederal de Guaíra, Érico Ricardo Saconato, disse àAgência Brasil que estão confirmadas asparticipações de três pessoas no crime,identificadas em depoimentos de alguns dos oito sobreviventes. Ostrês estão com prisão preventiva decretada.Após o crime,que foi “um acerto de contas entre traficantes da região”,segundo o delegado, os três fugiram de barco para o Paraguai.De acordo com ele, está agendada uma reunião na tardede hoje (23), entre autoridades brasileiras e paraguaias, paraacertar detalhes das buscas e apurar mais detalhes dos assassinatos.Está confirmada a participação do Secretáriode Segurança Pública do Paraná, Luiz FernandoDelazari.Já estáno município uma força-tarefa com mais de 200 policiaisde Guaíra, Toledo, Cascavel e de outras cidades vizinhas, alémdo efetivo da Ronda Ostensivas de Natureza Especial (Rone), deCuritiba, a fim de ajudar nas investigações.Os assassinos – todoseles brasileiros mas agiam também no Paraguai – chegaram debarco na tarde de ontem (22), pelo Lago de Itaipu, a uma pequenafavela, conhecida por Vila Santa Clara, onde as vítimasmoravam. A comunidade fica na entrada do município de Guaíra.Segundo a polícia,o local do tiroteio, uma casa num sítio, era usado paraarmazenar produtos de tráfico. Jocemar Marques Soares,conhecido por Polaco, que já cumpriu pena por trafico dedrogas e que estaria devendo R$ 4 mil para o bando rival, foilocalizado pelos assassinos num dos barracos. Ele estava acompanhadopor duas mulheres, que foram as primeiras a serem assassinadas.Depois, os bandidos forçaram Polaco a ligar para seuscomparsas e pedir que fossem a um galpão próximo aobarraco. Lá, foram rendidos, amarrados e executados.De acordo com odelegado, cinco feridos continuam hospitalizados, sob proteçãopolicial. Três sobreviveram após se fingirem de mortos.“O receio da polícia é de que esses trêscontrabandistas, que cometeram os crimes, sejam assassinados pelaprópria quadrilha como queima de arquivo”, disse o delegado.