Pataxós vão reverenciar amanhã índio Galdino, morto em Brasília em 1997

23/09/2008 - 17h40

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os índiosPataxó Hã-Hã-Hãe farão amanhã (24), na Praça do Compromisso, na Asa Sul, em Brasília, umato religioso em memória de Galdino Jesus dos Santos e de “outros parentes”que lutaram pelo uso exclusivo da Terra IndígenaCaramuru-Paraguaçu, na Bahia. Em abril de 1997, quando estava na capital federal para discutir com o Ministério Público Federal uma ação sobre a terra, Galdino foi queimado vivo por jovens de classe média alta.Cerca de 200 Pataxósestão na capital do país para acompanhar, tambémamanhã, no Supremo Tribunal Federal (STF), julgamento sobre avalidade dos títulos de posse de fazendeiros que ocupam amaior parte da área demarcada como indígena. Elesvieram de ônibus da cidade baiana Pau Brasil. Segundo os indígenas,nas últimas três décadas ocorreram assassinatos,seqüestros, invasões e ameaças constantes àsfamílias que insistem em garantir o direito às terras. Sobrinho de Galdino, ojovem Iglésio Thyrry Pataxó, 20 anos, espera que osministros do STF considerem o histórico da região aodecidirem sobre os títulos de posse.“O lugar énosso. Demos nosso sangue e até meu tio foi queimado aqui.Ninguém sabe a dor que passamos”, protestou Iglésio, duranteato público realizado hoje (23) pelos índios na Câmarados Deputados.“Não queremosa terra por dinheiro. Queremos pela nossa cultura, pelas árvorese rios”, acrescentou.