Investimento estrangeiro cresce em setembro, mas deve cair em 2009

23/09/2008 - 15h44

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A entrada de investimento estrangeirono Brasil, caracterizado pelo interesse duradouro do investidor, permanece em alta neste ano. Segundo dados do Banco Central referentes asetembro, entraram no paísaté hoje (23) US$ 5,250 bilhões e a expectativa para o mês é deUS$ 5,8 bilhões. No entanto, o investimento deve cair em 2009, enquanto o déficit em transaçõescorrentes deve crescer.De acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, ocrescimento do investimento estrangeiro direto (IED) no país, mesmo com a crise financeirainternacional, deve-se ao fato de a economia brasileira estar“arrumada”. “Tenho indicadores macroeconômicos bastanteestáveis”, disse.Ele citou ainda o grau de investimento queo país ganhou neste ano de agências de classificaçãode risco e disse que nessa situação de crise, o Brasil éuma opção para o investidor.O BC manteve a projeção de IED parao ano em US$ 35 bilhões, mas estimou um valor menor em 2009: US$ 33 bilhões. “Tem uma certa retraçãonesses fluxos de capital, evidentemente refletindo a crise”,afirmou.No acumulado do ano,o IED soma US$ 24,575  bilhões, sendo que os setores quemais investiram no Brasil foram o de veículos automotores,metalurgia e serviços financeiros. Juntos, esses setoresrepresentam 50,2%. “Os setores que mais recebem são os quemais remetem [recursos para o exterior]”, afirmou Lopes. Em agosto, o IED chegou a US$ 4,633 bilhões.Para Lopes, o IED iráfinanciar o déficit em conta corrente (resultado negativo detodas as operações do Brasil com o exterior). Aprojeção do BC para o déficit em transaçõescorrentes é de US$ 28,8 bilhões neste ano e US$ 33,1 bilhões para 2009.O possível aumento não preocupa Lopes. Ele ressaltou que o déficit vai representar 1,8% doProduto Interno Bruto (PIB) em 2008 e 1,9% no próximo ano, percentuais distantes damédia histórica de 2,4%, segundo ele.