Economista da FGV diz que redução da desigualdade criou nova classe média

19/09/2008 - 16h50

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O economista daFundação Getulio Vargas (FGV) Marcelo Neri dissehoje (19) que a redução da desigualdade social vembeneficiando diretamente uma nova classe social, a nova classe média.“Essa é adécada da redução da desigualdade, já porsete anos consecutivos. É uma marca expressiva. Ela acabaengendrando desde a redução da miséria atéo aumento de seguimentos médios da população,como a chamada nova classe média”, declarou o chefe do Centro de Políticas Sociais do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, ao comentar apesquisa Miséria e a Nova Classe Média na Décadada Igualdade.O estudo aponta que em2007 a classe média cresceu 4,4%, em grande parte por causa doaumento significativo no número de empregos formais. Os dadosda pesquisa registram que hoje existem cerca de 1,8 milhão deempregos com carteiras assinadas.A pobreza, aindasegundo a pesquisa, caiu 6% em 2007 - de 19% da populaçãoem 2006 para 18,11% em 2007 - e 1, 5 milhão de pessoas saíramda linha de pobreza. De acordo com a FGV, existem hoje no Brasilcerca de 33,6 milhões miseráveis, o equivalente a 18%da população. Os dados tambémmostram que em 2007 os 10% mais pobres da população -com renda per capita inferior a R$ 135 por mês -perderam 5,5% da renda mensal, cerca de R$ 2.O estudo aponta ainda que a maioria dos idosos faz parte dessa nova classe média. Os programas detransferência de renda do governo federal para aposentados epensionistas são apontados como um dosfatores dessa ascensão.O coordenador da pesquisaMarcelo Neri explicou que essa nova classe média veio da classe E, masnão parou na D. Ela tem renda familiar entre R$ 1.064 e R$ 4.591, e em sua maioria tem carteira de trabalho assinada. Outro aspecto da nova classe média é a presençasignificativa de afro-brasileiros e das mulheres que estão ascendendopara a classe C, por meio do trabalho.