Greenpeace comemora 37 anos e elege Amazônia como prioridade

15/09/2008 - 23h32

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Arestrição à caça de baleias, oestabelecimento de políticas para impedir o descarte de lixotóxico nos oceanos e que países mais industrializadosenviem resíduos para nações mais pobres foramlistados pelo diretor-executivo da organizaçãonão-governamental Greenpeace, Marcelo Furtado, como resultadosde ações da entidade, que completou 37 anos hoje (15).Com representações em mais de 30 países, a ONG éconhecida pelos protestos irreverentes em defesa de causasambientais.

Naavaliação de Furtado, a participação deorganizações da sociedade civil como o Greenpeace sãofundamentais para a elaboração de políticaspúblicas que “tenham a cara do cidadão, e nãode um burocrata”.

“Alémdo papel de mobilizar o público, temos o desafio de participardos processos e mostrar que é possível fazer políticapública de qualidade, seja as que partem de documentos da ONU[Organização das Nações Unidas],do Congresso Nacional ou da prefeitura de uma cidade”, apontou.

A ONG,que tem cerca de três milhões de colaboradores em todo omundo, elencou o enfrentamento às mudanças climáticascomo um dos desafios principais para os próximos anos demobilização, segundo Furtado.

“Aquestão ambiental se tornou uma discussão absolutamenteglobal em um momento que o mundo está precisando desse tipo detrabalho. E o aquecimento global coloca um imperativo para o homemdecidir: ou mudamos nosso modelo de desenvolvimento ou nãovamos ter um planeta Terra para viver”, comparou.

NoBrasil, onde a ONG tem representação há 16 anos,as prioridades de atuação são a defesa dapreservação da Amazônia e a da manutençãoda matriz energética baseada majoritariamente em fontesrenováveis, como a hidráulica.

“Odiálogo [entre a ONG e os governos] existe, o problemaé que a política ambiental brasileira hoje émuito equivocada. O governo Lula está incentivando umaintensificação da produção do agronegóciona Amazônia e a construção de usinas nucleares etérmicas. E essas políticas vão na contramãoda sustentabilidade”.