Mantega diz que alta do dólar não vai pressionar a inflação

15/09/2008 - 19h09

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A alta do dólar,que fechou o dia em R$ 1,81, não acarretará pressõessobre a inflação porque será compensada pelaqueda no preço internacional de alimentos e minériosprovocada pela desaceleração na economia mundial, dissehá pouco o ministro da Fazenda, Guido Mantega.Para o ministro, o fatode o dólar ter subido 1% no mesmo dia em que a Bolsa de SãoPaulo registrou queda de 7,59%, a maior dos últimos sete anos,mostra que a crise na economia internacional está tendoefeitos limitados sobre a cotação da moedanorte-americana."A alta no dólarfoi pouco expressiva. Na sexta-feira, estávamos com o dólarpróximo de R$ 1,80 e hoje ficou em R$ 1,81. Isso mostra quenão há um ímpeto do dólar para subir",declarou o ministro.Mantega descartou aindaque a inflação possa voltar a aumentar por causa daalta do dólar. "A queda do petróleo e das demaiscommodities [produtos primários com cotaçãono mercado internacional] compensa largamente o impacto inflacionárioque poderia ser proporcionado pela alta do dólar",afirmou.O ministro disse aindaque os novos níveis da moeda norte-americana podem representaruma oportunidade para o Brasil, porque torna os produtos brasileirosmais atrativos no exterior. "Essa subida do dólarbarateia os produtos brasileiros e ajuda a manter o aumento dasexportações. Enquanto outros países sairãoenfraquecidos, o Brasil sairá mais forte", avaliou.Mesmo com a crise,Mantega orientou os investidores a não se precipitarem emanter o dinheiro no mercado de ações porque oscilaçõesbruscas são normais em momentos de turbulência e aeconomia brasileira está sólida. "Nesta situaçãode crise, há muitas flutuações que depois voltamao normal. Então, nenhum movimento brusco, porque o Brasil éum porto-seguro e será fortalecido com essa crise",ressaltou.Apesar de a quebra deinstituições financeiras nos Estados Unidos poderintensificar a retração na economia mundial, o ministromanteve as estimativas de crescimento para o Produto Interno Bruto(PIB) brasileiro: "Mantenho a projeção decrescimento da economia de 4,5% para 2009 e de 5% a 5,5% para esteano".