Morales diz que não haverá mais estado de sítio se atentados acabarem

13/09/2008 - 16h34

Da Agência Brasil

Brasília - O presidente da Bolívia, Evo Morales,afirmou hoje (13) que não vai estender o estado de sítiodeclarado para o departamento de Pando a outras regiões casocessem os atentados à democracia e ao Estado, promovidos pormovimentos autonomistas."Se os prefeitos devolvem asinstituições, deixam de atentar contra o patrimôniodo Estado e do povo, que são gasodutos e refinarias, nãohá porque pensar em ampliar a outras regiões o estadode sítio", afirmou Morales em entrevista coletiva, no PalácioQuemado, reproduzida pela Agência Boliviana de Informação(ABI).O massacre de camponeses e indígenas ocorrido ontem (12) emPando, em uma emboscada atribuída a pessoas contratadas peloprefeito Leopoldo Fernández, foi definido por Morales como um“delito de lesa humanidade”. Morales disse ter sido alertado porespecialistas em direitos humanos para declarar o estado de sítio,sob pena de ser processado caso se omitisse. Morales confirmou que participará dareunião com governadores oposicionistas marcada para domingo.Os protestos liderados pelo grupo contrário ao presidente já resultaram em16 mortes, dezenas de feridos e na interrupçãotemporária do fornecimento de gás natural para o Brasile a Argentina.Uma comissão governamental de ajudahumanitária chegou nesta madrugada ao aeroporto de Cobija,chefiada pelos ministros da Presidência, Juan RamónQuintana, e da Saúde, Ramiro Tapia. O objetivo é levarauxílio aos feridos em virtude do atentado e iniciar a buscade camponeses desaparecidos. Grande quantidade de roupas emedicamentos foi transportada. O ministro da Saúde disse que partedos camponeses agredidos, por grupos de choque e paramilitares, nãorecorreram ao hospital de Cobija por medo de serem agredidos.A presidente do Chile eda União de Nações Sul-Americanas (Unasul),Michelle Bachelet, convocou os presidentes dos países do blocodiplomático para uma reunião de emergência nasegunda-feira (15), quando será discutida a crise na Bolíviae reiterado o apoio dos chefes de Estado a Evo Morales.