Excedente do pré-sal poderá ser usado na área social, diz presidente do Ipea

21/08/2008 - 15h33

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente doInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), MárcioPochmann, defendeu hoje (21) a aplicação de parte doexcedente de petróleo que será gerado pela exploração dacamada pré-sal em um fundo público voltado para oenfrentamento das mazelas nacionais. “A própriaPetrobras foi formada com patrimônio da nação e,no momento em que a empresa poderá ter um excedentegigantesco, é mais do que adequado que ele seja compartilhadono enfrentamento de problemas nacionais, como educaçãoe saúde, tendo em vista que são áreas quedemandam recursos significativos”, afirmou o economista.Segundo Pochmann, o país tem a capacidade eos recursos necessários para explorar o petróleodescoberto e essa capacidade vai aumentar com o passar do tempo. “Odebate é mesmo o que fazer com o excedente, desde a criaçãode  outra empresa para dar conta dessa nova etapa daexploração do petróleo e do ponto de vistatambém da regulação dessas áreas.” O economista manifestou-se a favor da criaçãode uma empresa para gerir a nova etapa, por entender que, dessaforma, separa-se a gestão da exploração dorecurso. “Temos exemplos que talvez o Brasil não devesserepetir, como o de países que basicamente ficaram assentados naexploração do petróleo”, disse Pochmann,após participar, em São Paulo, de painel no 33ºCongresso Nacional dos Jornalistas, na capital paulista.De acordo com o economista, é preciso lembrar que o petróleo éum produto finito, que, no períodode êxito da exploração, geramuita riqueza. Ele ressaltou que isso daria um surto de afluência ao país, que não seria mantido se o recurso não for melhorutilizado. “Não apenas do ponto de vista do enfrentamentodas mazelas nacionais, mas também de constituir uma baseprodutiva que dê sustentabilidade à riqueza e ao empregoao longo do tempo, para não ficarmos restritos e dependentesdo petróleo”, concluiu Pochmann.